Acidente do ônibus espacial Challenger
Destruição do ônibus espacial dos EUA Challenger em 1986 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O acidente do ônibus espacial Challenger (português brasileiro), ou acidente do vaivém espacial Challenger (português europeu), ocorreu em 28 de janeiro de 1986 no litoral de Cabo Canaveral quando o ônibus espacial Challenger se desintegrou 73 segundos depois do início da missão STS-51-L, do qual resultou a morte de seus sete tripulantes, o primeiro acidente fatal do programa espacial dos Estados Unidos durante uma missão. A missão era a décima do orbitador e a vigésima quinta do Programa Ônibus Espacial. Seu objetivo era lançar um satélite de comunicações e estudar o cometa Halley, além de levar a professora civil Christa McAuliffe ao espaço, o que resultou em um interesse público maior do que o normal, com o lançamento e acidente sendo assistidos ao vivo em várias escolas dos Estados Unidos.
Acidente do ônibus espacial Challenger | |
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Nuvem de fumaça após a desintegração da Challenger. Seus propulsores de combustível sólido voam incontrolavelmente enquanto os destroços do orbitador e tanque de combustível externo deixam rastros à medida que caem em direção ao mar. | |
Hora | 11h39min13s EST (16h39min13s UTC) |
Data | 28 de janeiro de 1986 |
Local | Cabo Canaveral, Flórida, Estados Unidos |
Causa | Falha de vedação da junta tórica do propulsor de combustível sólido direito por baixas temperaturas e tesouras de vento |
Resultado |
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Mortes | Francis R. Scobee, Comandante Michael J. Smith, Piloto Ellison S. Onizuka, Especialista de Missão Judith A. Resnik, Especialista de Missão Ronald E. McNair, Especialista de Missão Gregory B. Jarvis, Especialista de Carga S. Christa McAuliffe, Especialista de Carga |
Inquérito | Relatório da Comissão Rogers |
A causa do acidente foi a falha das juntas tóricas primária e secundária em uma articulação do propulsor de combustível sólido direito do ônibus espacial. As temperaturas extremamente baixas na manhã do lançamento enrijeceram as juntas tóricas de borracha, reduzindo sua capacidade de selar as articulações. As vedações foram rompidas pouco depois do lançamento e gás pressurizado quente de dentro do propulsor vazou, corroendo o suporte de fixação conectando-o ao tanque externo e depois o próprio tanque. O desmoronamento da estrutura interna do tanque e a rotação do propulsor que se seguiu jogou a montagem do ônibus espacial em uma direção que permitiu que as forças aerodinâmicas o despedaçassem. Há fortes indícios que pelo menos alguns tripulantes sobreviveram à desintegração inicial, porém o momento exato de suas mortes é desconhecido.
O acidente resultou em um hiato de 32 meses em voos espaciais do ônibus espacial. A investigação criticou a cultura organizacional e processo de tomada de decisões da NASA que contribuíram para o acidente. Dados desde 1977 indicavam a possibilidade de falha catastrófica nas juntas tóricas. A NASA e a fabricante Morton Thiokol não resolveram a questão, com os administradores da NASA ignorando avisos de engenheiros sobre os perigos de lançamentos sob temperaturas baixas. Como resultado, a NASA estabeleceu o Escritório de Segurança, Confiabilidade e Garantia de Qualidade, dentre outras medidas. A construção de um novo orbitador para substituir a Challenger foi aprovada em 1987, com a Endeavour voando pela primeira vez em 1992. As missões seguintes voaram com um projeto modificado do propulsor de combustível sólido.