Atlântida
continente, ilha ou cidade mitológica mencionada por Platão / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Atlântida (em grego clássico: Ἀτλαντὶς νῆσος – trad.: “ilha de Atlas”) é uma ilha fictícia mencionada nas obras Timeu e Crítias do filósofo grego Platão como parte de uma alegoria sobre a arrogância das nações. Na história, Atlântida é descrita como um império naval que governava todas as partes ocidentais do chamado mundo conhecido,[1] tornando-a a contra-imagem literária do Império Aquemênida.[2] Depois de uma tentativa malfadada de conquistar a "Antiga Atenas", Atlântida cai em desgraça com as divindades e submerge no Oceano Atlântico. Como Platão descreve Atenas como semelhante ao seu estado ideal na obra A República, a história da Atlântida pretende testemunhar a superioridade do seu conceito de Estado.[3][4]
Atlântida | |
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Mapa de Atlântida feito por Athanasius Kircher, situando-a no meio do Oceano Atlântico, da obra Mundus Subterraneus, publicada em Amsterdã em 1669. O mapa está orientado com o sul no topo. | |
Informações | |
Primeira aparição | Timeu e Crítias |
Criado por | Platão |
Tipo | Ilha ou continente lendário |
Apesar de sua importância secundária na obra de Platão, Atlântida teve um impacto considerável na literatura em geral. O aspecto alegórico da história foi retomado em obras utópicas de vários escritores renascentistas, como Nova Atlântida de Francis Bacon e Utopia de Thomas More.[5][6] Por outro lado, estudiosos amadores do século XIX interpretaram mal a narrativa de Platão como sendo uma tradição histórica, sendo o mais famoso deles Ignatius L. Donnelly. As vagas indicações de Platão sobre a época dos acontecimentos (mais de 9 mil anos antes de sua época) e a suposta localização de Atlântida ("além dos Pilares de Hércules") deram origem a muita especulação pseudocientífica.[7] Como consequência, Atlântida tornou-se sinônimo de toda e qualquer suposta civilização pré-histórica perdida avançada e continua a inspirar a ficção contemporânea, desde histórias em quadrinhos até filmes.
Embora os filólogos e classicistas atuais concordem sobre a natureza ficcional da história,[8][9] ainda há debate sobre o que serviu de inspiração. Sabe-se que Platão tomou emprestadas livremente algumas de suas alegorias e metáforas de tradições mais antigas, como fez com a história de Giges.[10] Isto levou vários estudiosos a sugerir uma possível inspiração da Atlântida nos registros egípcios da erupção de Tera,[11][12] da invasão dos Povos do Mar,[13] ou da Guerra de Tróia.[14] Outros rejeitaram esta cadeia de tradição como implausível e insistem que Platão criou um relato inteiramente fictício,[15][16][17] inspirando-se livremente em eventos contemporâneos, como a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415-413 a.C. ou a destruição de Helique em 373 a.C..