Consciência animal
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Consciência animal ou senciência animal tem sido pesquisada ativamente há mais de 100 anos.[1] O delicado tema da consciência animal envolve três dimensões principais: a cognição, a auto-consciência e a senciência. Um estudo levado a cabo por Philip Low, juntamente com o reconhecido físico Stephen Hawking, comprovou que a estrutura que se pensava que distinguia os animais humanos e os animais não humanos, o córtex cerebral, não é o produtor de consciência. Assim sendo, considerando o restante do cérebro que produz os estímulos de consciência de si, concluiu-se que os animais não humanos possuem consciência. No entanto, da sua compreensão, e da análise de estudos científicos recentes, resulta a dúvida sobre a possível presença de consciência nos animais invertebrados. De acordo com Burghardt, 1985, "a melhor abordagem é a utilização de experimento (especialmente psicofísica) e observação para traçar o alvorecer e ontogenia da auto-consciência, percepção, comunicação, intenção, crenças e reflexão em fetos humanos normais, bebés e crianças", de consciência.[1][2]
O tema da consciência animal é assolado por uma série de dificuldades. Ele coloca o problema de outras mentes numa forma essencialmente grave, pois os animais, sem a capacidade de expressar a linguagem humana, não nos podem comunicar as suas experiências.[3] Além disso, é difícil raciocinar objetivamente sobre esta questão, visto que a negação de que um animal é consciente muitas vezes leva a entender que eles não sentem, que a sua vida não tem valor, e que a agressão neles exercida não é moralmente errado. O filósofo francês René Descartes no século XVII, por exemplo, argumentou que somente os seres humanos são conscientes.[4] Após uma compilação de pesquisas sobre ondas cerebrais de animais, um grupo de neurocientistas renomados, durante a Francis Crick Memorial Conference na Universidade de Cambridge, Inglaterra, realizada no dia 7 de julho de 2012, assinaram um manifesto admitindo "inequivocamente" que "os humanos não são os únicos a possuir os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e pássaros, e muitas outras criaturas, incluindo polvos, também possuem esses substratos neurais".[5]
As pesquisas demonstram a capacidade de tais animais perceberem sua própria existência e o mundo ao seu redor. Além disso, nos últimos anos a neurociência tem vindo a mapear as áreas do cérebro, descobrindo que as áreas que nos distinguem dos outros animais não são as que produzem a consciência. Assim, deduz-se que os animais estudados possuem consciência porque "as estruturas cerebrais responsáveis pelos processos que geram a consciência nos humanos e outros animais são equivalentes".[6] Apesar das muitas evidências já coletadas, a questão da consciência animal está longe de ter chegado a um consenso, quer filosófico, quer científico, persistindo muitos problemas conceituais, metodológicos e interpretativos.[3]