Câncer ovariano
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Cancro do ovário (português europeu) ou câncer ovariano (português brasileiro) é o cancro que se forma nos ovários.[4] Caracteriza-se pela presença de células anormais que têm a capacidade de invadir ou de se espalhar para outras partes do corpo.[9] Na fase inicial da doença podem não se manifestar sintomas ou os sintomas serem vagos e imperceptíveis. À medida que a doença avança, os sintomas vão-se tornando mais percetíveis.[1][10] Entre os sintomas estão a sensação de distensão abdominal, dores na região pélvica, inchaço abdominal e perda de apetite, entre outros.[1] Entre as regiões mais comuns para onde o cancro se espalha estão o revestimento do abdómen, o revestimento do intestino e da bexiga, gânglios linfáticos, pulmões e fígado.[11][12]
Cancro do ovário | |
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Microfotografia de um carcinoma mucinoso do ovário, coloração H&E. | |
Especialidade | Oncologia, ginecologia |
Sintomas | Iniciais: vagos[1] Tardios: distensão abdominal, dor na região pélvica, inchaço abdominal, perda de apetite[1] |
Início habitual | Diagnóstico mais comum aos 63 anos de idade[2] |
Tipos | Carcinoma do ovário, tumor de células germinativas, tumor dos cordões sexuais[3] |
Fatores de risco | Não ter tido filhos, terapia hormonal após a menopausa, medicação para a fertilidade, obesidade, genéticas[4][3][5] |
Método de diagnóstico | Biópsia[1] |
Tratamento | Cirurgia, radioterapia, quimioterapia[1] |
Prognóstico | Taxa de sobrevivência a 5 anos: ~45% (EUA)[6] |
Frequência | 1,2 milhão (2015)[7] |
Mortes | 161 100 (2015)[8] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | C56, D27 |
CID-9 | 183, 220 |
CID-ICD-O | VARIED |
CID-11 | 685124533 |
OMIM | 167000, 607893 |
DiseasesDB | 9418 |
MedlinePlus | 000889 |
eMedicine | med/1698 |
MeSH | D010051 |
Leia o aviso médico |
O risco de cancro dos ovários é maior nas mulheres que mais ovularam ao longo da vida. Entre este grupo estão as mulheres que nunca tiveram filhos, que começaram a ovular mais cedo ou que atingiram a menopausa mais tarde na vida.[3] Entre outros fatores de risco estão a terapia hormonal após a menopausa, os medicamentos de fertilidade e a obesidade.[4][5] Entre os fatores que diminuem o risco estão a contraceção hormonal, a laqueadura e a amamentação.[5] Cerca de 10% dos casos estão relacionados com um risco genético hereditário. As mulheres com mutações dos genes BRCA1 ou BRCA2 têm 50% de probabilidade de desenvolver a doença. O carcinoma do ovário é o tipo mais comum de cancro do ovário e corresponde a 95% dos casos. Existem cinco principais subtipos de carcinoma do ovário, dos quais os carcinomas serosos são os mais comuns. Acredita-se que estes tumores tenham origem nas células que revestem os ovários,[3] embora alguns se possam formar nas trompas de Falópio.[13] Entre os tipos menos comuns de cancro do ovário estão os tumores de células germinativas e os tumores dos cordões sexuais.[3] O diagnóstico de cancro do ovário pode ser confirmado por biópsia de uma amostra de tecido, geralmente recolhida através de cirurgia.[1]
Não está recomendado o rastreio em mulheres de risco normal, uma vez que as evidências não apoiam que diminua a mortalidade e a elevada taxa de falsos positivos pode levar a cirurgias desnecessárias, as quais apresentam uma série de riscos.[14] Nos grupos de risco elevado é possível remover os ovários como medida preventiva.[4] Quando é detetado e tratado numa fase inicial, o cancro do ovário pode ser curado. O tratamento geralmente consiste numa combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.[1] O prognóstico depende da extensão da doença e do subtipo de cancro presente.[3] Nos Estados Unidos, a taxa média de sobrevivência a cinco anos é de 45%.[6] O prognóstico é pior nos países em vias de desenvolvimento.[3]
Em 2012 registaram-se 239 000 novos casos da doença.[3] Em 2015, cerca de 1,2 milhão de mulheres viviam com cancro do ovário, tendo a doença sido responsável por 161 000 mortes em todo o mundo.[8][7] É o sétimo cancro mais comum entre mulheres e a oitava causa mais comum de morte por cancro.[3] A idade média de diagnóstico é aos 63 anos.[2] A morte por cancro do ovário é mais comum na América do Norte e na Europa do que em África e na Ásia.[3]