Domingos Caldas Barbosa
músico e poeta fluminense (1740-1800) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Domingos Caldas Barbosa (Rio de Janeiro, 1740 — Lisboa, 9 de novembro de 1800) foi um sacerdote, poeta e músico luso-brasileiro, autor e divulgador de lundus e modinhas em Portugal, um dos estilos musicais pioneiros da música popular brasileira. Foi membro da Nova Arcádia de Lisboa.[1] É considerado o primeiro nome importante da música popular brasileira, sendo também de grande relevância na história da música popular portuguesa.[2]
Domingos Caldas Barbosa | |
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Domingos Caldas Barbosa (Lereno Selinuntino). | |
Nascimento | 1740 Rio de Janeiro, Brasil |
Morte | 9 de novembro de 1800 (61 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | padre católico poeta músico |
Magnum opus | Viola de Lereno |
Filho de um português com uma mulher angolana[3] escravizada, estudou quando menino no Colégio dos Jesuítas, mas em 1760, já na idade militar, partiu para a Colônia do Sacramento como soldado.[4]
Foi enviado para Portugal em 1763, para estudar em Coimbra. Posteriormente, em Lisboa, celebrizou-se pelas trovas improvisadas ao som da sua viola de cordas de arame. Suas composições estão reunidas no livro Viola de Lereno, publicado em 1798,[2][5] sob o pseudônimo de Lereno Selinuntino.
Em Lisboa, teve uma vida de padre mundano e, ao mesmo tempo, de músico popular, animando assembleias burguesas, salões fidalgos e até serões do Paço Real.[6] Fez sucesso a partir da década de 1770 na corte da rainha D. Maria I de Portugal. Em pouco tempo, a modinha tipicamente brasileira passaria por transformações e ganharia ares de música erudita nas cortes portuguesas.[7]
Em sua poesia tratou das peculiaridades afetivas do povo brasileiro, distinguindo-as das dos portugueses. Aproximou-se assim de temas românticos, ainda que de maneira não tão profunda e por este motivo sofreu muitas críticas de eruditos portugueses contemporâneos, como Felinto Elísio, Nicolau Tolentino, Bocage e António Ribeiro dos Santos, que chegou a dizer que não conhecia "poeta mais prejudicial à educação[...] do que este trovador de Vênus e Cupido: a tafularia do amor, a meiguice do Brasil e em geral a moleza americana, que faz o caráter das suas trovas, respiram os ares voluptuosos de Pafus e Cítara, e encantam com venenosos filtros a fantasia dos moços e o coração das damas".[2]
Faleceu no dia 9 de novembro de 1800, em Lisboa, no Palácio Pombeiro, do seu amigo D. José Luís de Vasconcelos e Sousa, Conde de Pombeiro, situado nas imediações do Palácio da Bemposta.[2][8]
É o patrono da cadeira nº 3 da Academia Brasileira de Música.[9][10]