Eleições distritais no Distrito Federal em 1945
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As eleições distritais no Distrito Federal em 1945 ocorreram em 2 de dezembro sob regras firmadas no decreto-lei 7.586[1] e numa resolução do Tribunal Superior Eleitoral editada em 8 de setembro como parte das eleições no Distrito Federal, 20 estados e no território federal do Acre.[nota 1] Foram eleitos dois senadores e dezessete deputados federais membros da Assembleia Nacional Constituinte destinada a elaborar a Carta de 1946 restaurando o regime democrático após o Estado Novo.[2][3]
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Eleições distritais no Distrito Federal em 1945 | ||||
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2 de dezembro de 1945 (Turno único) Senadores eleitos | ||||
Candidato | Luís Carlos Prestes | Hamilton Nogueira | ||
Partido | PCB | UDN | ||
Natural de | Porto Alegre, RS | Campos dos Goytacazes, RJ | ||
Votos | 157.397 | 155.491 | ||
Porcentagem | 17,66% | 17,44% | ||
Titular Eleito | ||||
Unidade federativa criada para assinalar o status do Rio de Janeiro como capital da República, o Distrito Federal esteve na Região Sudeste até a inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960 quando foi transferido para o Centro-Oeste do país deixando em seu lugar o estado da Guanabara[4] cuja existência terminou em 15 de março de 1975 ao ser fundido com o Rio de Janeiro conforme a Lei Complementar nº 20 aprovada no Governo Ernesto Geisel.[5] Localizada a onze quilômetros de Niterói, então capital fluminense, a cidade do Rio de Janeiro possuía um eleitorado receptivo às teses de esquerda num embate com as forças da UDN, muito embora ocorresse uma "variação de siglas" dentro desse embate ideológico. Já no estado vizinho predominava a máquina do PSD sob o comando de Amaral Peixoto.
Nascido em Porto Alegre, o engenheiro Luís Carlos Prestes é formado pela Escola Militar do Realengo e sentou praça no Exército. A partir das revoltas surgidas a partir do Tenentismo, foi protagonista da Coluna Prestes e com o fim desta exilou-se na Bolívia, Argentina e Uruguai em meio a passagens clandestinas em território brasileiro.[6] Após recusar uma aliança com Getúlio Vargas pouco antes da Revolução de 1930, foi trabalhar na União Soviética e lá estudou Marxismo. Integrado ao PCB em agosto de 1934, tomou parte na Intentona Comunista e foi preso no ano seguinte, fato que não o impediu de ocupar a secretaria-geral do "partidão" em 1943. Libertado nas vascas do Estado Novo, elegeu-se deputado federal pelo Distrito Federal, Pernambuco e Rio Grande do Sul, mas renunciou a esses mandatos para assumir a vaga de senador que lhe foi entregue pelos cariocas.[6][2]
Médico natural de Campos dos Goytacazes, Hamilton Nogueira é formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhou em Muzambinho antes de ingressar no magistério superior tanto na instituição onde se formou e em outras.[7] Funcionário da inspetoria do Departamento Nacional de Saúde Pública, integrou o Instituto Hahnemanniano do Brasil e esteve ao lado de Jackson de Figueiredo no Centro Dom Vital. Membro da Academia Nacional de Medicina e fundador da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, foi eleito senador na UDN em 1945 em sua estreia na vida política.