Francisco de Brito Peixoto
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Francisco de Brito Peixoto (São Vicente, 1650 — Laguna, 25 ou 31 de outubro de 1735) foi um bandeirante paulista, fundador, juntamente com seu pai Domingos de Brito Peixoto, da vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna em 1684, e mais tarde, entre 1715 e 1718, explorador e descobridor, à custa de seus cabedais, dos campos do Rio Grande de São Pedro do Sul. Também fez a ligação por terra de Laguna a Rio Grande, a Maldonado, à Colônia do Sacramento e a Montevidéu.
Francisco de Brito Peixoto | |
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Estátua de Francisco no Museu Paulista | |
Nascimento | 1650 São Vicente, Capitania de São Vicente |
Morte | 25 ou 31 de outubro de 1735 Laguna, Capitania de São Paulo |
Progenitores | Mãe: Ana da Guerra Prado Pai: Domingos de Brito Peixoto |
Filho(a)(s) | Ana de Brito Peixoto Maria de Brito Peixoto Sebastião Francisco Peixoto Domingos Leite Peixoto Catarina de Brito Peixoto Vitor de Brito Ana da Guerra Luiz de Brito Peixoto |
Em 1 de fevereiro de 1721 lhe foi passada por el-rei João V de Portugal a carta patente de capitão-mor das terras da Laguna e ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro por três anos, fazendo nela honrosa menção dos serviços por ele prestados.
No ano de 1726, Francisco de Brito Peixoto escreveu para o Rei:
- "Mandei no serviço de S.M. que Deus Guarde, para o Rio Grande de São Pedro 31 homens à minha custa, e por capitão deles o meu genro João de Magalhães, a quem ordenei que chegando à paragem do Rio Grande escolhessem algum lugar que fosse mais conveniente para formarem as suas casas em forma de povoação e logo façam canoas de pau, suficientes para serventia de passagens de gado, encomendando-lhes também aquele zelo e diligência de passarem gado para esta parte da nossa campanha para a multiplicação, pois é um grande serviço que se faz a EI-Rei Nosso Senhor, enxotando-o para o meio da campanha para o dito gado tomar posse (...)[1] Também se me oferece dizer a Vmc. que já desta banda do Rio Grande se acham 800 reses de gado vacum que mandei buscar das campanhas à minha custa (...) por entender que nisso fazia serviço a S.M. que Deus Guarde, para a multiplicação na campanha desta parte, e por não haver nela gado algum e ter capacidade para nela estarem milhões de gado, e na diligência de conduzir mais estou sempre (...) Também digo a Vme. que tenho adquirido a boa amizade dos índios minuanos (...) e ser conveniente ao real serviço a amizade destes gentios, por estarem as campanhas francas para delas se tirar quanto gado quiserem."[2]
Em petição de 20 de agosto de 1732, solicita lhe fossem dados e a suas famílias uns campos e terras ao longo da praia, desde o rio Tramandaí, pelos gastos feitos "nos descobrimentos de tais campos e caminhos do Rio Grande de S. Pedro".[3]
A respeito de Francisco de Brito Peixoto, o General João Borges Fortes, em sua obra "Rio Grande de São Pedro", observou que a ele deve-se o pioneirismo na ocupação das terras que ficam entre Laguna e Colônia do Sacramento, dando início à presença luso-brasileira no Rio Grande do Sul:
“ | Estudando-se o processo de povoamento do Rio Grande do Sul a primeira figura com que se depara é a de Francisco de Brito Peixoto, que foi o pioneiro da conquista pacífica das terras que se interpõem entre a Laguna e a Colônia do Sacramento, ao longo da trilha litorânea. Fundador, com seu pai, Domingos de Brito Peixoto, da povoação da Laguna, levou Francisco as suas aventuras e descobertas pelo território a dentro [...] na procura de jazidas auríferas ou de prata, quer descendo para o Sul, até o grande estuário do Prata, na captura de gados e cavalos, perlustrando nessas investidas terras que, sob o domínio dos índios e jesuítas pertenciam de fato à soberania castelhana. Se essa soberania era exercida de fato, não era reconhecida de direito pela corte portuguesa que reivindicava para Portugal, com a existência da Colônia do Sacramento, o domínio senhorial da margem norte do Rio da Prata[4] | ” |