Gravidez ectópica
complicação da gravidez em que o embrião se forma fora do útero / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Gravidez ectópica é uma complicação da gravidez em que o embrião se forma fora do útero.[4] Os sinais e sintomas clássicos incluem dor abdominal e hemorragia vaginal, embora apenas menos de metade das mulheres é que apresentem ambos os sintomas. Esta dor pode ser descrita como cortante e localizada, ou dor persistente e difusa, ou ainda semelhante a cãibras. A dor pode ainda espalhar-se para o ombro no caso de ocorrer hemorragia para o abdómen.[1] As hemorragias graves podem causar ritmo cardíaco acelerado, desmaio ou choque circulatório.[4][1] Exceto em situações muito raras, o feto de uma gravidez ectópica é incapaz de sobreviver.[5]
Gravidez ectópica | |
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Fotografia laparoscópica, olhando para baixo em direção ao útero (assinalado pelas setas azuis). Na trompa de Falópio esquerda está em desenvolvimento uma gravidez ectópica (assinalada pelas setas vermelhas). A trompa direita encontra-se normal. | |
Sinónimos | Gravidez extra-uterina |
Especialidade | Obstetrícia e ginecologia |
Sintomas | Dor abdominal, hemorragia vaginal[1] |
Fatores de risco | Doença inflamatória pélvica, fumar, antecedentes de cirurgia às trompas de Falópio, antecedentes de infertilidade, reprodução medicamente assistida[2] |
Método de diagnóstico | Análises ao sangue para deteção de gonadotrofina coriónica humana, ecografia[1] |
Condições semelhantes | Aborto espontâneo, torção do ovário, apendicite[1] |
Tratamento | Metotrexato, cirurgia[2] |
Prognóstico | Mortalidade 0,2% (países desenvolvidos), 2% (em vias de desenvolvimento)[3] |
Frequência | ~1,5% das gravidezes (países desenvolvidos)[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | O00 |
CID-9 | 633 |
CID-11 | 1563334645 |
DiseasesDB | 4089 |
MedlinePlus | 000895 |
eMedicine | med/3212 emerg/478 radio/231 |
MeSH | D011271 |
Leia o aviso médico |
Entre os fatores de risco para uma gravidez ectópica estão a doença inflamatória pélvica, em muitos casos originada por clamídia, fumar, antecedentes de cirurgia às trompas de Falópio, antecedentes de infertilidade e uso de reprodução medicamente assistida. As mulheres que anteriormente tiveram uma gravidez ectópica apresentam um risco muito maior de vir a ter outra. 90% das gravidezes ectópicas desenvolvem-se nas trompas de Falópio e são denominadas gravidezes tubárias.[2] A nidação pode também ocorrer no colo do útero, ovários ou no abdómen.[1] Uma gravidez ectópica é geralmente diagnostica com recurso a ecografia e análises ao sangue para deteção de gonadotrofina coriónica humana. Para confirmar o diagnóstico pode ser necessária a repetição dos exames em diversos momentos. A ecografia vaginal apresenta maior precisão. Entre outras condições que apresentam sintomas semelhantes estão o aborto espontâneo, a torção do ovário e a apendicite.[1]
A prevenção consiste em diminuir os fatores de risco, como tratar as infeções por clamídia.[6] Embora algumas gravidezes ectópicas se resolvam sem tratamento, à data de 2014 esta abordagem ainda não estava bem estudada. O tratamento pode consistir em medicamentos ou cirurgia. Pode ser administrado metotrexato, que é mais eficaz quando os níveis de gonadotrofina coriónica humana são baixos e o embrião é ainda pequeno. A cirurgia é recomendada quando existe rutura da trompa, quando existe batimento cardíaco fetal ou quando os sinais vitais da mãe são instáveis.[2] A cirurgia pode ser laparoscópica, com uma incisão mínima, ou laparotómica, através de uma incisão maior.[4] Com tratamento, o prognóstico é geralmente bom.[2]
Em países desenvolvidos, a taxa de gravidezes ectópicas é de 1–2%, embora possa chegar aos 4% entre pessoas em programas de reprodução medicamente assistida.[4] É a causa mais comum de morte durante o primeiro trimestre de gravidez, sendo responsável por 10% do total de mortes.[2] Embora nos países desenvolvidos o prognóstico tenha vindo a melhorar, nos países em desenvolvimento ainda são insatisfatórios.[6] O risco de morte entre países desenvolvidos é de 0,1–0,3%, enquanto nos países em desenvolvimento é de 1–3%.[3] A primeira descrição conhecida de uma gravidez ectópica foi feita pelo médico andaluz Abulcasis no século XI.[6] O termo "ectópico" significa "fora do local".[7]