Mari (Síria)
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Mari (atualmente Tel Hariri), foi uma antiga cidade-estado semítica da Síria e um dos sítios arqueológicos mais importantes na Mesopotâmia. Suas ruínas constituem um tel (colina artificial) situada a 11 quilômetros a noroeste de Abu Camal na margem ocidental do rio Eufrates, aproximadamente 120 km a sudeste de Deir Zor e cerca de 30 km da fronteira com o Iraque. Floresceu como um centro de comércio e Estado hegemônico entre 2 900 e 1 759 a.C.[a] Como uma cidade propositalmente construída, a existência de Mari esteve vinculada à sua posição sobre as rotas comerciais do médio Eufrates; esta posição fê-la um posto intermediário entre a Suméria no sul e o Levante no oeste.
Mari Tel Hariri تل حريري | |
---|---|
Zigurate em Mari | |
Localização atual | |
Localização de Mari na Síria | |
Coordenadas | 34° 32' 58" N 40° 53' 24" E |
País | Síria |
Cidade | Abu Camal |
Distrito | Deir Zor |
Região histórica | Mesopotâmia |
Área | 140 000 m² |
Dados históricos | |
Fundação | 2 900 a.C. |
Abandono | século III a.C. |
Período/era | Idade do Bronze |
Civilização | de Quis Amoritas |
Notas | |
Escavações | 1933-1939 1951-1956 desde 1960 |
Arqueólogos | André Parrot Jean-Claude Margueron Pascal Butterlin |
Estado de conservação | Ruínas |
Ocupado por | Estado Islâmico |
Acesso público | Não |
Mari foi abandonada pela primeira vez em meados do século XVI a.C., mas foi reconstruída e tornar-se-ia capital dum Estado semítico oriental hegemônico antes de 2 500 a.C. Esta segunda Mari envolveu-se numa longa guerra com sua rival Ebla, e é conhecida por sua forte afinidade com a cultura suméria. Foi destruída no século XVIII a.C. pelos acadianos que permitiram que fosse reconstruída e nomearam um governador militar portando o título de xacanacu (shakkanakku). Os governadores mais tarde tornar-se-iam independentes com a rápida desintegração do Império Acádio e reconstruída a cidade como centro regional no vale do médio Eufrates. Os xacanacus governaram Mari até a segunda metade do século XIX a.C., quando a dinastia colapsou por razões desconhecidas. Pouco tempo após o colapso dos xacanacus, Mari tornou-se capital da dinastia Lim dos amoritas. A Mari amorita foi de curta duração, pois seria anexada pela Babilônia c. 1 761 a.C. Ela sobreviveu como um pequeno assentamento sob o governo de babilônios e assírios antes de ser abandonada e esquecida durante período helenístico.
Os mariotas cultuavam divindades semíticas e sumérias e estabeleceram sua cidade como centro de comércio. Contudo, embora os períodos pré-amoritas foram caracterizados pela pesada influência cultura suméria, Mari não era uma cidade de imigrantes sumérios, mas uma nação falante do semítico que utilizou um dialeto similar ao eblaíta. Os amoritas eram semitas ocidentais que começaram a se estabelecer na área antes do século XXI a.C.; pelo tempo da dinastia Lim (c. 1 830 a.C.), eles começaram a dominar a população no Crescente Fértil.
A descoberta de Mari em 1933 forneceu um importante luz sobre o mapa geopolítico das antigas Mesopotâmia e Síria devido à descoberta de mais de 25 000 tabletes que contêm importante informação sobre a administração do Estado durante o segundo milênio a.C. e a natureza das relações diplomáticas entre as entidades políticas na região. Eles também revelaram as amplas redes de comércio do século XVIII a.C., que conectavam áreas como o longínquo Afeganistão no sul da Ásia e Creta no Mediterrâneo.