Sítios arqueológicos de Lagoa Santa
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A região de Lagoa Santa em Minas Gerais, apresenta um rico acervo de sítios arqueológicos, paleontológicos e espeleológicos.[1] A localidade é formada por Planaltos com relevo pouco acentuado e cárstico, onde a topografia apresenta centenas de grutas e abrigos sob rocha em afloramentos calcários, que apresentam características geomorfológicas favoráveis à preservação de registros arqueológicos e paleontológicos.[2] Além disso, a química do solo das cavernas realiza o papel de agente fossilizante e retarda a degradação da parte inorgânica dos ossos.[3] Até a data de setembro de 2021, haviam sido registrados mais 600 sítios arqueológicos presentes na região, sendo os principais o sítio Coqueirinho, Sumidouro, Lapa do Santo, das Boleiras e o conjunto de Lapa Vermelha. O conjunto de mais de 600 sítios abrange diferentes períodos históricos, desde a presença de povos pré-históricos até vestígios de ocupação mais recentes, como a presença de indígenas. O resultado das pesquisas relacionadas a Lagoa Santa trouxeram abundante registros humanos e de fauna demonstrando um grande potencial elucidativo do povoamento do ser humano na América do sul.[2] Foram encontrados entre 200 a 500 fósseis humanos na área de Lagoa Santa, formando a uma ampla coleção osteológica relativa ao Holoceno Inicial nas Américas.[4]
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Primeira escavação
A primeira escavação de Lagoa Santa se deu com o trabalho de Peter Lund, entre 1835 e 1844. Ele explorou aproximadamente 80 áreas, dentre as centenas de sítios localizados com potencial fossilífero. A Gruta do Sumidouro foi o local mais polêmico escavado, por conta do achado de restos de megafauna associados a restos humanos. A partir dessa descoberta, Lund levantou a hipótese de que a ocupação do continente americano teria sido muito anterior ao que se pensava e de que o homem e a megafauna teriam coexistido em Lagoa Santa.[5]
Escavações no século XX
Após a escavação de Lund, a região de Lagoa Santa voltou a ser pesquisada apenas no início do século XX, com o trabalho de equipes do Museu Nacional do Rio de Janeiro e da Academia de Ciências de Minas Gerais. Porém, enquanto as escavações do Museu Nacional não encontraram evidências da convivência entre o homem e a megafauna, as pesquisas realizadas pela Academia de Ciências defendiam a hipótese de Lund sobre a convivência do homem e da megafauna.[6]
Em 1950 foi realizada uma missão americana na região, em que duas respostas às hipóteses de Lund emergiram. Uma vez que nenhum osso de megamamífero foi encontrado nos sítios escavados, concluiu-se que não teria havido uma convivência entre homem e megafauna em Lagoa Santa, entretanto a hipótese de Lund de que a ocupação humana nas Américas teria sido muito mais antiga estava correta,[7] a partir das informações obtidas por datações de por carbono-14.[8]
Após essa missão, ocorreu o trabalho de Annette Laming-Emperaire, nos anos de 1970,[9] com a realização de escavações que mostraram que a ocupação humana em Lagoa Santa podia ser recuada até 11 mil anos e que encontraram um esqueleto humano, com idade estimada entre 11 e 12 mil anos. Esse esqueleto foi batizado de Luzia pelo bioantropólogo Walter Neves e representa um dos esqueletos mais antigos encontrados na América.[10] Por outro lado, não foram achados indícios de contemporaneidade entre homem e megafauna.
Escavações no século XXI
As escavações mais recentes ocorreram entre 2000 e 2009, a partir do projeto “Origens”, coordenado por Walter Neves, onde foram realizadas diversas escavações arqueológicas e paleontológicas em abrigos e grutas da região.[5]