Sistema de castas nas colônias espanholas
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O sistema de castas nas colônias espanholas é um conceito historiográfico questionado segundo o qual o Império Espanhol, durante a administração de suas possessões na América, teria classificado as pessoas por raça e cruz étnica para organizar um sistema social estratificado. Essa ideia foi formulada pela primeira vez na década de 1940 pelos indigenistas argentino Ángel Rosenblat e o mexicano Gonzalo Aguirre Beltrán, em suas obras A população indígena da América, de 1492 até o presente (1945) e A população negra do México 1519-1810 (1946), respectivamente.[1]
De acordo com esse sistema, a sociedade americana sob a administração espanhola era organizada como uma pirâmide hierárquica que colocava os espanhóis (peninsulares e criollos) no topo e sob eles a maioria da população composta por índios, negros (trazidos da África ) e castas (descendentes das relações sexuais entre os três grandes ramos étnicos anteriores). Robert Cope a define como "uma ordem hierárquica de grupos raciais classificados de acordo com a proporção de sangue espanhol".[2] Alguns autores consideram que há uma continuidade entre o sistema de castas colonial e os processos atuais de discriminação racial nos países hispano-americanos,[3][4] embora outros apontem para as ideias de racismo biológico ocorrido no século XIX que levaram à marginalização, senão a extermínio racial deliberado,[5] chamado de limpeza étnica nos países recém-independentes como por exemplo a Conquista do Deserto desenvolvida na Argentina.[6]
Existe controvérsia sobre a realidade histórica desse fenômeno. Autores como Magnus Mörner e Edward Telles assumiram sua veracidade, outras figuras como Pilar Gonzalbo, Berta Ares e Joanne Rappaport consideram-no essencialmente uma deturpação historiográfica moderna.[7][8] Um estudo dos arquivos históricos do México realizado em 2018 apoiou essas últimas conclusões.[9]