Loading AI tools
uso de transporte aéreo para transportar pacientes de e para instalações de saúde e locais de acidentes Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O transporte aeromédico consiste no resgate ou na remoção de doentes graves, por meio de helicópteros ou aeronaves, em locais que ambulâncias tradicionais não possam facilmente ou rapidamente alcançar (transporte primário), ou mesmo em situações em que o doente necessite de um transporte inter-hospitalar que seja mais adequado por via aérea (transporte secundário). É considerado um transporte seguro, e apesar de ter algumas desvantagens é bastante rápido, o que proporciona uma assistência quase imediata aos feridos/pacientes, podendo salvar muitas vidas. Por trás deste tipo de transporte, encontra-se uma tripulação competente e em sintonia, que cumpre determinados requisitos, e equipamentos e materiais especializados, que tornam possível que todo o transporte seja feito sem qualquer incidente.
A sofisticação do transporte aeromédico, depende das necessidades e das características de cada país. Uma das principais distinções diz respeito às dimensões territoriais, mas não só a extensão territorial é um factor importante. A distribuição populacional, a existência de povoações isoladas e o elevado número de acidentes rodoviários, também são características importantes.
As aeronaves sofreram uma grande transformação, passando de equipamentos rudimentares para helicópteros, jactos e aviões com equipamentos de alta tecnologia, de modo a poderem responder a qualquer tipo de situação.
Em média, são realizados nos Estados Unidos cerca de 16 mil transportes aeromédicos e no Brasil cerca de cinco a sete mil por ano. Em Portugal, desde que os helicópteros do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) entraram em funcionamento, até ao ano de 2007 terão sido realizados cerca de 4562 mil transportes aeromédicos.
Os primeiros dados históricos do transporte aeromédico datam de 1870, em Paris, durante a guerra Franco-Prussiana, em que o transporte de feridos era feito através de balões para o exterior de Paris. Os registos dos 67 balões, no entanto, não mencionam o transporte de feridos ou doentes. Mais tarde, em 1890, um médico holandês propôs que os feridos das batalhas fossem transportados em balões, mas também não existe qualquer tipo de documento que prove que tal proposta tenha sido executada (INEM, 2007). Apesar de, no início de 1900, Paul Bert (Pai da Fisiologia da Altitude) ter efectuado experiências do efeito da altitude nos seres humanos, só com o advento do avião, em 1906, e já durante a Primeira Guerra Mundial, em 1916, há conhecimento da primeira remoção aérea, em rudimentares mono-motores (Ferrari, 2005). Desde cedo, estas evacuações aéreas mostraram resultados mais favoráveis na recuperação do paciente, em comparação com aqueles que eram transportados por via terrestre. Esta constatação foi o elemento impulsionador da construção de um avião que fosse capaz de transportar duas macas em vez de apenas uma. Em 1917, o French Dorand ARII já transportava feridos na frente de Amiens (INEM, 2007).
Foi na Segunda Guerra Mundial, que surgiram unidades maiores que permitiam a inserção de uma equipa aeromédica com um médico e um enfermeiro a bordo. Em 1939 é inventado o helicóptero pelo engenheiro russo Igor I. Sikorsky, surgindo a modalidade de transporte com asa rotativa. Estes helicópteros conseguiam efectuar o transporte de dois feridos ao mesmo tempo (Ferrari, 2005) e como tal, foram utilizados para transportar os feridos da Guerra da Coreia para os seus hospitais. Cerca de 17 mil feridos terão sido transportados entre 1951 e 1953 (INEM, 2007). Com a evolução tecnológica, surgimento de desfibriladores, monitores e ventiladores mecânicos, o conflito do Vietname viu nascer as UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) aéreas (Ferrari, 2005). Os helicópteros presentes nesta guerra, só nos últimos três meses de 1965, realizaram cerca de 25 mil evacuações (INEM, 2007).
Em 1911, o reverendo «John Flynn» (em inglês)(Figura 2) iniciou a sua actividade na zona norte do Sul da Austrália, onde prestou trabalho missionário. Rapidamente, verificou que as pessoas das localidades do interior não conseguiam ter um fácil e rápido acesso às unidades de saúde ou a hospitais. Flynn fez desta situação o seu projecto de vida, mas apesar de demonstrar constantemente a necessidade de cuidados médicos no interior só em 1928 cumpriu o seu sonho.
A 15 de Maio de 1928 nasceu o Royal Flying Doctor Service. Esta entidade sem fins lucrativos começou a prestar serviço na área remota de Conclurry, Queensland, no continente australiano (Royal, [2008]). O Royal Flying Doctor Service prestava não só assistência médica de urgência, como também cuidados primários a pessoas que não conseguiam ter acesso às unidades médicas ou aos hospitais devido a se encontrarem a grandes distâncias.
No continente africano, «Marie Marvingt» (em inglês)(Figura 3), em 1934, realizou o primeiro transporte aeromédico. Além de ser a mais condecorada mulher na história francesa, Marie Marvingt foi também a primeira mulher em missões de combate, como piloto de bombardeiros. Era também uma enfermeira qualificada, especializada em medicina aeronáutica, o que fazia dela a candidata ideal para este serviço. O serviço médico foi, inicialmente, estabelecido em Marrocos que tinha, na altura, áreas muito isoladas.
Na América do Norte, o transporte aeromédico foi estabelecido pelo governo, em 1946, em Regina, Canadá. Apenas um ano mais tarde, em 1947, nascia, em Los Angeles, a Schaefer Air Service, fundada por J. Walter Schaefer, tornando-se, mais tarde, a primeira empresa, dos Estados Unidos, certificada pela Federal Aviation Administration (FAA).
Na Alemanha, o transporte aeromédico civil iniciou-se a 1 de Novembro de 1970, ao serviço do Hospital de Harlaching, em Munique. Este serviço teve um rápido crescimento e, em 1975, já possuía dez helicópteros, todos eles com o nome do santo padroeiro dos viajantes, São Cristóvão.
Em 1977, em Denver, Colorado, criou-se o primeiro hospital com plataforma de aterragem para helicópteros. Com o passar dos anos, os helicópteros foram evoluindo para aeronaves e em 1998 o «Hospital de Bangkok» (em inglês) permitiu, que qualquer paciente tivesse, independentemente do seu destino de viagem (Ásia ou Pacífico), tivesse acesso ao transporte aeromédico e à assistência médica aérea. (Bangkok, [2009a?]).
O transporte aeromédico, no Brasil, teve início em 1950, no Pará, com a criação do Serviço de Busca e Salvamento (SAR), que tinha como principal função a localização de aeronaves e embarcações desaparecidas e o transporte de sobreviventes de acidentes aéreos e marítimos. Em 1988, foi criado o Grupo de Socorro de Emergência (GSE) que realizou, em sete anos, cerca de 1 200 remoções/resgates. Um ano depois, em São Paulo, foi estabelecido o Projecto Resgate com o objectivo de diminuir a mortalidade no resgate de vítimas em vias públicas. No início da década de 1990 começaram a surgir os serviços de transporte aeromédico particulares (que ficaram conhecidos popularmente no Brasil como UTIs aéreas), com o objectivo de dar resposta às necessidades dos pacientes que se encontravam a grandes distâncias de unidades hospitalares (Thomaz, 1999).
Em Portugal, o INEM dispõe de dois helicópteros próprios, um localizado no aeródromo de Tires, em Lisboa, outro no Hospital Pedro Hispano (Figura 4), no Porto e um terceiro, apenas em período nocturno, na zona Centro, do Serviço Nacional de Bombeiros, em Santa Comba Dão (Emergência, [2005]). Sempre que é necessário pode-se recorrer aos helicópteros da Força Aérea Portuguesa (INEM, 2007).
O transporte aeromédico compreende duas modalidades básicas: o resgate e a remoção.
O resgate (Figura 5) consiste no transporte dos doentes desde o local da ocorrência do incidente até à unidade de saúde (transporte primário). Este transporte é feito através de equipamentos e de pessoal médico e paramédico especializado. O transporte primário de pacientes é solicitado nas seguintes situações (Weir, 2007):
O atendimento e a estabilização inicial do paciente são feitas no local, seguidas do preparo e transporte para uma unidade de saúde ou hospital, previamente contactada pelo médico a bordo para estar devidamente preparada para continuar o atendimento do doente
O transporte aeromédico requer uma tripulação experiente e altamente treinada para emergências médicas (Guimarães, 2003) (Figura 9 e 10), bem como material e equipamentos especializados para lidar com qualquer emergência.
Em ambas as modalidades do transporte aeromédico é imprescindível a presença de um médico, de um piloto e de um enfermeiro a bordo. Quando a remoção é feita sem equipamento avançado de vida, o enfermeiro pode ser substituído por um técnico de enfermagem.
O médico tem a função de avaliar a situação do paciente e estabelecer os cuidados que lhe devem ser administrados tanto no local como na unidade de saúdeSeamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.