Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil
álbum de Jean Baptiste Debret / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil é um álbum iconográfico do pintor, desenhista e professor francês Jean-Baptiste Debret. O livro, originalmente dividido em três volumes, foi publicado em Paris entre 1834 e 1839, com o título Voyage Pittoresque et Historique au Brésil, ou séjour d´un artiste française au Brésil, depuis 1816 jusqu´en en 1831 inclusivement, époques de l'avènement et de l'abdication de S.M.D. Pedro Ier, fondateur de l'empire brésilien[1]. Ao longo das centenas de gravuras e textos que compõem o livro, Debret registra de cenários, personagens e situações do Brasil na época, como a representação dos índios e dos elementos da natureza, do cotidiano da cidade do Rio de Janeiro no início do século XIX e retratos da suntuosidade da corte Portuguesa. Debret veio para o Brasil com a Missão Artística Francesa, em 1816, e permaneceu no país até 1831, quando regressou à França. A obra é fruto dessa estada de quase dezesseis anos do artista no Brasil. Suas aquarelas, impressas no livro por meio de litografias, e artigos sobre o que conheceu do país possuem vasto e profundo alcance na memória dos brasileiros.[2]Apesar do alto valor histórico que o livro possui até hoje, é preciso contextualizar sua produção, altamente influenciada pela experiência do artista francês no Brasil e das intenções com relação à imagem que queria dar ao país. Entre os temas que a obra revela nas suas linhas e entrelinhas estão a importância da Missão Artística enquanto transmissora da cultura francesa ao povo brasileiro; a situação política e cultural do Brasil no início do século XIX e as relações entre os artistas e a monarquia portuguesa.[2]
Voyage Pittoresque et Historique au Brésil | |
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Frontispício da primeira edição de Voyage Pittoresque et Historique au Brésil. | |
Autor(es) | Jean-Baptiste Debret |
Idioma | francês |
País | Brasil |
Gênero | álbum iconográfico |
Editora | Imprimeurs de l'Institut de France |
Editor | Firmin Didot Frères |
Lançamento | 1834–1839 |
No seu conjunto, as imagens de Debret ensaiam uma interpretação do Brasil, sendo este o aspecto que mais concentra o interesse de pesquisadores. Voltado para a feitura de um "inventário" da realidade brasileira, sua obra adquire um tom classificatório, aproximando-o, por um lado, da tradição dos viajantes naturalistas europeus. Esses exploradores eram responsáveis por apreender a realidade de outras terras e apresentá-las de acordo com critérios científicos. Por outro lado, é possível identificar uma outra postura de Debret na seleção dos registros que compõem o livro. É um Debret filósofo, com a influência do seu passado como seleto artista de Napoleão Bonaparte, capaz de pensar sobre a realidade em que se encontrava e as maneiras de melhor traduzi-la.[3]
Outra faceta do artista se revela nos textos do livro, no qual expõe a imagem que tem a respeito do Brasil e também busca incutir uma realidade histórica que alguns de seus desenhos já não possuíam. Isto é, Debret faz com que as imagens sejam autorizadas a partir de sua reflexões. Nesse sentido, a obra têm sido entendida como um projeto intelectual a respeita da marcha da civilização no Brasil.[3]
A obra é composta por 153 gravuras coloridas distribuídas em 140 pranchas coloridas, acompanhadas de textos que explicam cada uma delas.[4]