Violência sectária no Iraque (2006–2008)
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Violência sectária no Iraque refere-se ao período entre 2006 e 2008 em que o Iraque experimentou um alto nível de violência sectária. Alguns estudiosos e jornalistas afirmam que o país estava passando por uma guerra civil.[16]
Violência sectária no Iraque (2006–2008) | ||||
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Guerra do Iraque | ||||
Grupos étnicos e religiosos no Iraque:
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Data | 22 de fevereiro de 2006 – 2008[1] | |||
Local | Iraque | |||
Desfecho |
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Beligerantes | ||||
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Comandantes | ||||
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Forças | ||||
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151 000 – 1 033 000 mortos (2003–2008) |
Após a invasão do Iraque em 2003, iniciada pelos Estados Unidos, a violência intercomunitária entre as facções iraquianas sunitas e xiitas tornou-se predominante. Em fevereiro de 2006, a organização sunita al-Qaeda no Iraque bombardeou um dos locais mais sagrados do islamismo xiita - a Mesquita al-Askari, em Samarra. Isso desencadeou uma onda de represálias xiitas contra sunitas, seguidas por contra-ataques pelos sunitas.[17] O conflito intensificaria-se ao longo dos próximos meses até 2007, com a National Intelligence Estimate descrevendo a situação como tendo elementos de uma guerra civil.[18] Em 2008 e 2009, durante o Despertar Sunita e o surge, a violência diminuiu drasticamente.[19][20] No entanto, confrontos de baixo nível continuaram a afligir o Iraque até a retirada dos Estados Unidos no final de 2011.[16]
Duas pesquisas estadunidenses realizadas em 2006 fundamentaram que entre 65% e 85% acreditavam que o Iraque estava em guerra civil;[21][22] no entanto, uma pesquisa similar de iraquianos realizada em 2007 concluiu que 61% não acreditavam que estivessem numa guerra civil.[23]
Em outubro de 2006, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o governo iraquiano estimaram que mais de 370.000 iraquianos haviam sido desalojados desde o atentado de 2006 contra a mesquita al-Askari, elevando o número total de refugiados iraquianos a mais de 1,6 milhões.[24] Em 2008, o ACNUR elevou a estimativa de refugiados para um total de cerca de 4,7 milhões (~ 16% da população). O número de refugiados estimado no estrangeiro era de 2 milhões (um número próximo das projeções da CIA [25]) e o número de pessoas deslocadas internamente era de 2,7 milhões.[26] O número estimado de órfãos em todo o Iraque variou de 400 mil (segundo o Conselho Provincial de Bagdá) a cinco milhões (segundo o conselho anticorrupção do Iraque). Um relatório da ONU de 2008 colocou o número de órfãos em cerca de 870.000.[27][28] A Cruz Vermelha declarou em 2008 que a situação humanitária do Iraque estava entre as mais críticas do mundo, com milhões de iraquianos forçados a depender de fontes de água insuficientes e de má qualidade.[29]
De acordo com o Failed States Index, produzido pela revista Foreign Policy e pelo Fund for Peace, o Iraque era um dos cinco estados mais instáveis do mundo de 2005 a 2008.[30] Uma pesquisa com especialistas em política externa estadunidense mostrou que, nos próximos dez anos, apenas 3% dos especialistas acreditam que os Estados Unidos conseguirão reconstruir o Iraque como um "farol da democracia" e 58% dos especialistas acreditam que as tensões entre sunitas e xiitas iriam aumentar drasticamente no Oriente Médio.[31][32]