Acadêmicos do Salgueiro
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Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro (ou simplesmente Acadêmicos do Salgueiro) é uma das mais tradicionais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro. Originária do Morro do Salgueiro, atualmente é sediada na Rua Silva Teles, n.º 104, no bairro do Andaraí, onde também funciona a Vila Olímpica do Salgueiro.[7] Foi fundada em 5 de março de 1953, a partir da fusão de duas escolas de samba do Morro do Salgueiro, a Depois Eu Digo e a Azul e Branco.[1]
Salgueiro | |
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Fundação | 5 de março de 1953 (71 anos) [1][2][3] |
Escola-madrinha | Mangueira[4][5] |
Cores | |
Símbolo | Pandeiro, surdo de barrica, tamborim quadrado, afoxé de cabaça e uma baqueta[6] Sabiá (mascote) |
Bairro | Andaraí[2][3] |
Presidente | André Vaz |
Presidente de honra | Djalma Sabiá (in memorian) |
Desfile de 2025 | |
Enredo | Salgueiro de Corpo Fechado |
Site oficial «www.salgueiro.com.br» |
Possui nove títulos de campeã do Grupo Especial do carnaval carioca, conquistados nos anos de 1960, 1963, 1965, 1969, 1971, 1974, 1975, 1993 e 2009, ocupando assim, junto com o Império Serrano e a Imperatriz Leopoldinense, a posição de quarta maior vencedora no rol das campeãs do carnaval do Rio de Janeiro. É uma das maiores vencedoras do Estandarte de Ouro, sendo premiada como melhor escola por oito vezes.[8] É a maior vencedora do Tamborim de Ouro, conquistando por seis vezes o prêmio principal.[9] Nunca foi rebaixada do Grupo Especial. Sua pior colocação ocorreu em 2006, quando obteve o 11.º lugar.
O Salgueiro desfilou pela primeira vez em 1954, conquistando o terceiro lugar, à frente da super campeã Portela. A escola foi responsável por renovar a estética do carnaval carioca ao convidar artistas de formação acadêmica, para confeccionar seus desfiles.[10] Em 1959, foi o casal de artistas plásticos Dirceu e Marie Louise Nery os responsáveis pelo desfile da escola, sobre o pintor francês Jean-Baptiste Debret. A apresentação chamou atenção de um dos julgadores, o professor da Escola de Belas Artes e cenógrafo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Fernando Pamplona, que foi convidado pelo presidente da escola, Nelson de Andrade, para confeccionar o desfile de 1960. Neste ano, a escola conquistou o seu primeiro campeonato, com o enredo "Quilombo dos Palmares". Também nesse período, a escola inovou na escolha dos enredos, homenageando personalidades brasileiras, na época, pouco conhecidas, como Zumbi dos Palmares (em 1960), Xica da Silva (em 1963), Chico Rei (em 1964) e Dona Beija (em 1968). Naquela época, apenas figuras conhecidas da história nacional eram temas de enredo.[11] Em 1963, pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba apresentava um enredo centrado em uma personalidade feminina.[12] A escola inovou, mais uma vez, ao apresentar uma ala de passo marcado. Coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ala trazia casais dançando um minueto. A ideia causou polêmica, mas, com o passar do tempo, o artifício foi utilizado por outras agremiações em seus desfiles.[13] Polêmicas à parte, naquele ano a escola conquistou o seu segundo título de campeã do carnaval carioca, com um enredo de Arlindo Rodrigues sobre Chica da Silva. Em 1965, conquistou o seu terceiro campeonato com um enredo sobre a história do carnaval carioca. Em 1969 foi campeã fazendo uma homenagem à Bahia. Em 1971, conquistou o seu quinto título de campeã com o popular samba-enredo "Festa para um rei negro", conhecido pelo refrão "O-lê-lê, o-lá-lá / Pega no ganzê / Pega no ganzá". Os anos de 1974 e 1975 marcaram uma nova mudança na escolha dos enredos.[14] O carnavalesco Joãosinho Trinta conquista mais dois títulos para a escola com dois enredos oníricos, misturando realidade e imaginação. Em 1993, a escola foi protagonista de um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca.[15] Com o enredo "Peguei um Ita no Norte", do carnavalesco Mário Borriello, a escola conquistava o seu oitavo campeonato. Durante o desfile, o público presente no Sambódromo cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão "Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade".[16] Em 2009 a escola conquistou o seu nono título de campeã do carnaval carioca, com o enredo "Tambor", do carnavalesco Renato Lage.
Alguns dos mais importantes carnavalescos da história do carnaval carioca iniciaram a carreira na Acadêmicos do Salgueiro. Entre eles, Arlindo Rodrigues, Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, Maria Augusta, Renato Lage, Max Lopes e Joãosinho Trinta - todos de formação acadêmica. A maioria foi levado para a escola por Fernando Pamplona, fato que lhe deu a alcunha de "o pai de todos os carnavalescos".[17] Aos poucos, outras escolas aderiram à ideia, consolidando a presença de artistas acadêmicos no carnaval carioca. A escola possui o lema "Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente". É apelidada de "Academia do samba", e sua bateria é denominada "A Furiosa".[18]