Antirretroviral
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Antirretrovirais (ARV) são medicamentos utilizados para o tratamento de infecções por retrovírus, especialmente o vírus da imunodeficiência humana (HIV/VIH).[1] O HIV é um retrovírus que infecta, principalmente, células do tipo Linfócitos TCD4+, que são responsáveis pela defesa do organismo contra micro-organismos patógenos. Uma vez infectado pelo HIV, o indivíduo fica mais vulnerável a infecções oportunistas, cânceres, alterações neurológicas, fisiológicas e metabólicas graves. Além disso, caso não receba o tratamento adequado, a pessoa com HIV pode evoluir para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).[2]
Os antirretrovirais atuam inibindo a replicação viral e a infecção de novas células pelo HIV, em diferentes alvos e etapas de replicação, de acordo com a classe farmacológica.[3] Esses medicamentos sugiram na década de 1980, com o advento da zidovudina (AZT), um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeos.[4][5]
O uso associado de múltiplos medicamentos pertencentes a diferentes classes farmacológicas para manejo da infecção pelo HIV, é conhecido como terapia antirretroviral (TARV). A TARV diminui a carga viral total de HIV do paciente, e auxilia na recuperação e manutenção das funções do sistema imunológico, através do aumento da contagem dos Linfócitos TCD4+.[6] Além disso, manter uma boa adesão à TARV previne a transmissão do HIV em relações sexuais, desde que a pessoa vivendo com HIV alcance carga viral indetectável, ou seja, uma contagem inferior a 40 cópias do vírus por mL de sangue. Assim, atualmente, adotou-se o consenso de I = I (indetectável é igual a intransmissível), sendo a TARV uma forma de prevenção da infecção pelo HIV.[7]
Entre as principais causas de não adesão estão o esquecimento, as mudanças na rotina diária, o número excessivo de comprimidos e os efeitos colaterais causados pelos antirretrovirais. Porém algumas pessoas se recusam a tomar os medicamentos porque a medicação traz lembranças do HIV, por não aceitarem tomar as medicações por um longo período, por estarem sem sintomas físicos da doença (antes do CD4 cair a menos de 350) e por estarem com depressão maior.[8] Uma das diretrizes das indicações para TARV inclui o uso racional de antirretrovirais, considerando sua eficácia, efetividade, toxicidade e comodidade posológica. Assim, é possível considerar a mudança para um esquema alternativo em algumas situações, como: efeitos adversos agudos/subagudos, prevenção de toxicidade em longo prazo, falha virológica à TARV, comorbidades associadas, prevenção de interações medicamentosas graves e planejamento de gravidez. Entretanto, a mudança da TARV deve seguir o princípio fundamental de manter a supressão viral, sem comprometer futuras opções de tratamento.[9]
Caso a pessoa descubra ser portadora de HIV antes de desenvolver AIDS é possível nunca apresentar nenhum sintoma e fazer um tratamento sem efeitos colaterais por tempo indeterminado.