Atos de violência organizada no Brasil em 2006
atentados contra forças de segurança e alguns alvos civis com origem no estado de São Paulo por ordem do Primeiro Comando da Capital / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Iniciada na noite de 12 de maio de 2006, uma sexta-feira, a onda de atentados contra forças de segurança e alguns alvos civis com origem no estado de São Paulo por ordem do grupo criminoso conhecido como Primeiro Comando da Capital (PCC). No dia 14, o ataque já havia se espalhado por outros estados do Brasil, como Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia (este último sem ligação direta com o PCC).[4] Os ataques, que ficaram conhecidos como "Crimes de Maio",[2] tomaram uma repercussão na mídia brasileira e foram destaque na mídia internacional durante os dias do ocorrido.[5] Em todo o estado, 564 pessoas foram mortas e 110 ficaram feridas entre 12 e 21 de maio de 2006, do quais 505 eram civis e 59 agentes públicos.[3]
Atos de violência organizada no Brasil em 2006 | |
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Em maio de 2006, ônibus foram queimados durante a maior onda de violência já registrada em São Paulo; ações foram atribuídas ao PCC. Principais regiões do estado de São Paulo que sofreram ataques do PCC durante os atos de violência organizada de 2006]] | |
Local | São Paulo (também nos estados de Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia)[1] |
Data | 12 a 21 de maio de 2006[2] |
Mortes | 564 (122 execuções feitas por policiais)[3][2] |
Feridos | 110[3] |
Responsável(is) | Primeiro Comando da Capital (PCC) e oportunistas.[2] |
No dia anterior ao início dos ataques, a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo havia decidido transferir 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau, unidade de segurança máxima localizada no interior paulista, depois que escutas telefônicas terem revelado que facções criminosas planejavam rebeliões para o Dia das Mães daquele ano. Entre os presos a serem transferidos estava Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", considerado o líder do PCC. Em represália, a facção articulou rebeliões em 74 penitenciárias paulistas e, já na madrugada do dia 12, agentes de segurança pública, viaturas, delegacias de polícia, cadeias e prédios públicos passaram a ser alvo de ataques de criminosos.[2]
O governador do estado de São Paulo, Cláudio Lembo, foi criticado pela imprensa pela demora na resposta, falta de comunicação entre as forças policiais, falta de informação à mídia e à população em geral e gerenciamento da crise. Lembo, havia um mês e meio no poder quando a crise eclodiu, acabou virando pivô de discórdia entre o PSDB, do ex-governador e pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e o PFL, partido de Lembo e aliado nas eleições do final do ano.[2] O Governo do Estado de São Paulo também foi criticado pela falta de 'aviso para às forças polícias', já que dias antes a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo tinha escutas que alertava sobre a possível rebeliões nos presídios. [6]
Divulgado em maio de 2011, um relatório com um estudo da organização não-governamental (ONG) Justiça Global, a Clínica Internacional de Direitos Humanos e a Faculdade de Direito de Harvard que foi apoiado por outras entidades, apontou que a fúria dos criminosos nos eventos seria devido a um ato corrupção policial.[7]