Basilisco
réptil lendário na mitologia europeia / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Em algumas descrições, como em bestiários europeus e lendas clássicas, o basilisco (em grego: βασιλίσκος; romaniz.:basilískos; "pequeno rei") é considerado uma serpente fantástica.[1] Plínio, o Velho, descreve-o como uma serpente com uma coroa dourada e, no macho, uma pluma vermelha ou negra. Outros autores que o citam são Marco Aneu Lucano e o médico Dioscórides. Solino e Cláudio Eliano falam do monstro no século III e Arnóbio e Aécio no V. Aeliano introduz o galo no mito, detalhe que cresceria em importância até o ponto de modificar enormemente a criatura na Idade Média. Nessa época o basilisco era representado como tendo uma cabeça de galo ou, mais raramente, de homem. Para a heráldica, o basilisco é visto como um animal semelhante a um dragão com cabeça de galo e de olhar mortífero; em outras descrições, porém, a criatura é descrita como um lagarto gigante (às vezes com muitas patas), mas a sua forma mais aceita é como uma grande cobra com uma coroa. O basilisco seria capaz de matar com um simples olhar. O único jeitos de matá-lo seria fazendo-o olhar seu próprio reflexo em um espelho.
Leonardo da Vinci escreveu que o basilisco é tão cruel que, quando não consegue matar animais com a sua visão venenosa, vira-se para as plantas e para as ervas aromáticas e, fixando o olhar nelas, seca-as. O poeta Percy Bysshe Shelley fez também a seguinte alusão ao olhar mortífero do basilisco na sua Ôde a Nápole:
“ | Sê como o basilisco, que o inimigo mata por invisível ferimento. | ” |
O basilisco era, aliás, muito frequentemente mencionado na literatura. Foi referido em obras de John Gay (The Beggar’s Opera, acto II, air XXV), na novela Clarissa de Samuel Richardson (The Novels of Samuel Richardson, vol. I, London, 1824, p. 36) e nos poemas de Jonathan Swift (The Select Works of Jonathan Swift, Vol. IV, London, 1823, p. 27) e de Alexander Pope (Messiah, linhas 81–82). O português António Feliciano de Castilho escreveu sobre uma moura que tinha um olhar que "só se inflama vendo passar por longe algum cristão, e nesses momentos dera ela todos os palácios de safiras, todas as musicas e aromas das sultanas de Córdova, por ter o olhar do basilisco".[2]
No capítulo XVI do Zadig de Voltaire, o basilisco é descrito como um animal muito raro que só pode ser tocado por mulheres.
Os basiliscos são inimigos mortais dos grifos. O parente mais próximo do basilisco é a cocatrice. Outra história relata que quem olhar nos olhos do basilisco viraria pedra.