Cânone de Trento
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Cânone de Trento geralmente se refere à lista de livros da Bíblia que passaram a ser reconfirmados canônicos a partir do Concílio de Trento, como já tinham sidos em concílios desde o século 4, os 73 livros. Ele foi formalizado por um decreto (De Canonicis Scripturis) da quarta sessão, em 4 de abril de 1546, passado em votação (24 sim; 15 não; 16 abstenções).[1] Com esta decisão, o Concílio de Trento confirmou uma lista idêntica que já havia sido localmente aprovada em 1442 pelo Concílio de Florença (sessão 11, 4 de fevereiro de 1442)[2] e que já existia em listas canônicas mais antigas deixadas pelos concílios de Cartago e Roma no século IV.
A lista reconfirmou que os livros deuterocanônicos estavam no mesmo nível dos demais livros do cânone — Lutero havia colocado estes livros entre os apócrifos do Antigo Testamento, assim como colocou livros do Novo Testamento como apócrifos, em seu cânon — e encerrou o debate sobre os antilegomena, coordenando a tradição com as escrituras como guia da fé. O concílio também reafirmou a tradução para o latim de Jerônimo, a Vulgata, como autoritativa para o texto das escrituras, ao contrário das visões protestantes de que os textos gregos e hebraicos eram mais autoritativos. Posteriormente, em 3 de setembro de 1943, o papa Pio XII emitiu a encíclica Divino afflante Spiritu permitindo aos católicos que utilizassem traduções baseadas em outros textos diferentes da Vulgata.