Calisto (satélite)
Satélite natural de Júpiter / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Calisto é um satélite de Júpiter, descoberta em 7 de janeiro de 1610 por Galileu Galilei.[8] É a terceira maior lua do Sistema Solar e a segunda maior do planeta Júpiter. Tem cerca de 99% do diâmetro de Mercúrio, mas apenas um terço de sua massa. É a quarta lua de Galileu por distância a Júpiter, com um raio orbital de cerca de 1 880 000 quilômetros.[1] Não faz parte da ressonância orbital que afeta os outros três satélites de Galileu (Io, Europa e Ganimedes), e portanto, não sofre aquecimento pelas forças de maré.[9] Sua rotação diferencial é síncrona, ou seja, uma face está sempre virada para Júpiter, enquanto a outra nunca é visível do planeta. A superfície de Calisto é menos afetada pela magnetosfera de Júpiter do que os seus outros satélites internos porque sua órbita está mais afastada do planeta.[10]
Calisto | |
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Satélite Júpiter IV | |
Imagem de Calisto obtida pela Sonda Galileu em 2001. | |
Características orbitais[1] | |
Semieixo maior | 1 882 700 km |
Periastro | 1 869 000 km |
Apoastro | 1 897 000 km |
Excentricidade | 0,0074 |
Período orbital | 16,6890184 d (0,04569 a) |
Velocidade orbital média | 8,204 km/s |
Inclinação | 0,192 ° |
Argumento do periastro | 52,643° |
Longitude do nó ascendente | 298,848° |
Características físicas[2][3] | |
Diâmetro equatorial | 4 820,6 ± 3 km |
Área da superfície | 7,30 × 107 km² |
Volume | 5,9 × 1010 km³ |
Massa | 1,075938 × 1023 kg |
Densidade média | 1,8344 ± 0,0034 g/cm³ |
Gravidade equatorial | 0,126 g |
Período de rotação | 16 d 16 h 32 m 11 s (rotação síncrona) |
Velocidade de escape | 2,440 km/s |
Albedo | 0,22 (geomérico)[4] |
Temperatura | média: -139,1 ºC mínima: -193,2 ºC máxima: -108,1 ºC |
Magnitude aparente | 5,65 (oposição)[5] |
Composição da atmosfera | |
Pressão atmosférica | 7,5 pbar[6] |
Dióxido de carbono Oxigênio molecular |
~4 × 108 cm−3[6] 2 × 1010 cm−3[7] |
É composto de quantidades aproximadamente iguais de rocha e gelo, com uma densidade média de 1,83 g/cm³.[2] Os componentes identificados por espectroscopia da superfície incluem gelo, dióxido de carbono, silicatos e compostos orgânicos. Investigações pela sonda Galileu revelam que Calisto pode ter um pequeno núcleo de silicato e possivelmente um oceano subterrâneo de água líquida em profundidades superiores a 100 quilômetros.[11][12]
Sua superfície é cheia de crateras e extremamente antiga. Não há nenhum sinal de atividade tectônica ou vulcanismo em sua superfície e pensa-se que sua evolução tem ocorrido principalmente sob a influência dos impactos de diversos meteoritos ao longo de sua existência.[13] Os principais acidentes geográficos incluem várias crateras de impacto, grandes bacias de impacto com vários anéis concêntricos e cadeias de crateras com escarpas, cumes e depósitos.[13] Em pequena escala, a superfície é variada e consiste em pequenos depósitos brilhantes congelados no topo das colinas, cercados por uma baixa manta de material escuro.[4] A idade absoluta dos acidentes geográficos é desconhecida.
É cercado por uma atmosfera extremamente fina composta por dióxido de carbono, e provavelmente, oxigênio molecular,[6][7] bem como por uma ionosfera bastante intensa.[14] Pensa-se que Calisto se formou por uma lenta acreção a partir do disco de gás e poeira que circundava Júpiter após sua formação.[15] A lenta convecção no interior de Calisto, que teve início logo após sua formação, produziu uma diferenciação parcial e oferece a possibilidade de que haja um oceano subterrâneo, a uma profundidade de 100 a 150 quilômetros, e pequeno núcleo rochoso.[16]
A provável presença de um oceano dentro de Calisto deixa aberta a possibilidade de que possa abrigar vida. No entanto, acredita-se que as condições de Europa são melhores para a vida do que as de Calisto.[17] Várias sondas já estudaram a lua. Por causa dos baixos níveis de radiação em sua superfície, Calisto tem sido considerado o local mais adequado para uma base para a futura exploração humana do sistema de Júpiter.[18]