Cancro do estômago
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Cancro do estômago (português europeu) ou câncer de estômago (português brasileiro) é o cancro que se desenvolve no revestimento do estômago.[9] Os sintomas iniciais podem incluir azia, dor na parte superior do abdómen, náuseas e perda de apetite. Os sinais e sintomas das fases mais avançadas incluem, entre outros, perda de peso, pele e olhos amarelados, vómitos, dificuldade ao engolir e sangue nas fezes.[1] O cancro pode-se espalhar do estômago para outras partes do corpo, principalmente para o fígado, pulmões, ossos, revestimento do abdómen e gânglios linfáticos.[10]
Cancro do estômago Câncer do estômago | |
---|---|
Uma úlcera gástrica suspeita que foi diagnosticada como câncer na biópsia e que foi posteriormente ressecada. | |
Sinónimos | Cancro gástrico |
Especialidade | Oncologia |
Sintomas | Iniciais: azia, dor na parte superior do abdómen, náuseas, falta de apetite.[1] Avançados: perda de peso, pele e olhos de tom amarelo, vómitos, dificuldade em engolir, sangue nas fezes[1] |
Início habitual | Ao longo de anos[2] |
Tipos | Carcinomas gástricos, linfoma, tumor mesenquimatoso[2] |
Causas | Helicobacter pylori, genéticas[2][3] |
Fatores de risco | fumar, fatores dietéticos como picles, obesidade[2][4] |
Método de diagnóstico | Biópsia por endoscopia[1] |
Prevenção | Dieta mediterrânica, deixar de fumar[2][5] |
Tratamento | Cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia dirigida[1] |
Prognóstico | Taxa de sobrevivência a 5 anos < 10% (global),[6] 28% (EUA)[7] |
Frequência | 3,5 milhões (2015)[8] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | C16 |
CID-9 | 151 |
CID-11 | 1397617262 |
OMIM | 137215 |
DiseasesDB | 12445 |
MedlinePlus | 000223 |
eMedicine | med/845 |
MeSH | D013274 |
Leia o aviso médico |
A causa mais comum de cancro do estômago é a infeção pela bactéria Helicobacter pylori, responsável por 60% dos casos.[11][2][3] Alguns tipos de Helicobacter pylori apresentam maior risco do que outros. Entre outras causas comuns estão o consumo de picles e o tabagismo.[2][4] Cerca de 10% dos casos são familiares e entre 1 e 3% dos casos devem-se a síndromes genéticos herdados dos pais. A maior parte dos casos de cancro do estômago são carcinomas gástricos. Este tipo pode ser dividido em vários subtipos. No estômago podem também desenvolver-se linfomas e tumores mesenquimais. Na maior parte dos casos, o cancro do estômago desenvolve-se em estádios ao longo de anos.[2] O diagnóstico é geralmente realizado por biópsia de uma amostra recolhida por endoscopia. Posteriormente, a imagiologia médica permite determinar se a doença se espalhou para outras partes do corpo.[1]
Uma dieta mediterrânica e a cessação tabágica diminuem o risco de cancro. Existem indícios de que o tratamento da H. pylori diminui o risco futuro.[2][5] É possível curar muitos dos casos detectados nos estádios iniciais.[2] O tratamento pode incluir uma combinação de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia dirigida.[1] Quando tratado em estágios avançados podem ser recomendados cuidados paliativos.[2] O prognóstico é geralmente pouco positivo, sendo a taxa de sobrevivência a cinco anos global inferior a 10%. Isto deve-se principalmente ao facto de maior parte das pessoas só detetar a condição em estádios avançados.[6] Nos Estados Unidos a taxa de sobrevivência a cinco anos é de 28%,[7] enquanto na Coreia do Sul é de mais de 65% devido à existência de um programa de rastreio.[2]
O cancro do estômago é a quinta principal causa de cancro em todo o mundo e a terceira causa de morte por cancro, o que corresponde a 7% dos casos e 9% das mortes.[12] Em 2012 a doença ocorreu em 950 000 pessoas e foi a causa de 723 000 mortes.[12] Antes da década de 1930 era a causa mais comum de morte por cancro na maior parte do mundo.[13][14][15] Desde então que a taxa de mortalidade tem vindo a diminuir em várias regiões do mundo.[2] Acredita-se que esta diminuição se deva à diminuição do consumo de alimentos salgados e conservados em vinagre a partir da introdução da refrigeração de alimentos.[16] O cancro do estômago é mais comum na Ásia Oriental e na Europa de Leste. É duas vezes mais comum em homens do que em mulheres.[2]