Comício da Central
Comício realizado no dia 13 de março de 1964 na cidade do Rio de Janeiro, na Praça da República / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
22° 54' 20.57" S 43° 11' 22.06" O
Comício da Central | |
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Outros nomes | Comício das Reformas |
Data | 13 de março de 1964 (60 anos) |
O Comício da Central, ou Comício das Reformas, foi um comício realizado no dia 13 de março de 1964 na cidade do Rio de Janeiro, na Praça da República, situada em frente à estação da Central do Brasil.[1] Cerca de 200 mil pessoas[2] (ou 150 mil pessoas)[3] ali se reuniram para ouvir a palavra do Presidente da República, João Goulart, e do ex-governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola.[4] O Comando Geral dos Trabalhadores, organizador do comício,[5] havia se disposto a levar 100 mil pessoas.[6] O Instituto João Goulart possui documentos que demonstram a existência de planos de um atentado a bomba no Comício, abandonado para "não criar um martir".[7] Na época haviam informações de se tratar de um atirador[8] e boatos de que os comunistas realizariam o atentado e culpariam os militares.[9] João Goulart não desejava ir ao comício devido a um problema no coração e para sua esposa, Maria Thereza, ele disse: "Teca, vou cumprir o meu dever, mesmo que seja o último”.[10]
Na ocasião, Jango assinou dois decretos, com toda a Soberania que a Constituição de 1946 o possibilitava. O primeiro deles era simbólico e consistia na desapropriação das refinarias de petróleo que ainda não estavam nas mãos da Petrobrás. O segundo – chamado decreto da SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária) – declarava sujeitas a desapropriação propriedades subutilizadas, especificando a localização e a dimensão das que estariam sujeitas à medida.[11] O presidente revelou também que estavam em preparo a reforma urbana – um espantalho para a classe média temerosa de perder seus imóveis para os inquilinos – e propostas a serem encaminhadas ao Congresso, que previam mudanças nos impostos e concessão de voto aos analfabetos e aos quadros inferiores das Forças Armadas.