Controvérsia sobre o papel das vacinas no autismo
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A Controvérsia sobre o papel das vacinas no autismo ou controvérsia sobre a vacina VASPR teve início em 1998 com a publicação de um artigo de investigação fraudulento na revista The Lancet, que associava a vacina combinada anti sarampo, papeira e rubéola (VASPR ou MMR) com a colite e perturbações do espectro autista.[1] As alegações do artigo foram amplamente divulgadas pela imprensa britânica,[2] provocando pânico social e uma diminuição acentuada da vacinação no Reino Unido e na Irlanda. Isto levou ao aumento do número de casos de sarampo e papeira, que resultaram em várias mortes ou lesões permanentes.[3][4] Na sequência das alegações iniciais, foram realizados numerosos estudos epidemiolóicos. As revisões das evidências realizadas pelos Centers for Disease Control and Prevention,[5] pela American Academy of Pediatrics, pelo Institute of Medicine da US National Academy of Sciences,[6] pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido[7] e pela Colaboração Cochrane[8] concluíram que não existe qualquer ligação entre a vacina VASPR e o autismo.
Uma investigação liderada pelo jornalista Brian Deer descobriu que Andrew Wakefield, o autor do artigo original que associava a vacina ao autismo, possuía diversos conflitos de interesses não declarados,[9] Apesar de Wakefield insistir que os fundos de suporte legal eram para um outro estudo não publicado,[10][11] tinha manipulado evidências,[12] e violado vários códigos de ética. O artigo na Lancet foi parcialmente retratado em 2004 e integralmente retratado em 2010. Richard Horton, chefe de redação da Lancet, descreveu o artigo como "totalmente falso" e admitiu que a revista foi enganada.[13] Em maio de 2010, o General Medical Council considerou Wakefield culpado de grave má conduta e foi-lhe retirada a licença para exercer a profissão de médico no Reino Unido.[14] Em 2011, Deer apresentou novas evidências das más práticas de investigação de Wakefield no British Medical Journal, as quais foram acompanhadas de um editorial que descrevia o artigo original como uma fraude.[15][16] O consenso científico é de que a vacina VASPR (MMR) não tem qualquer ligação com o desenvolvimento de autismo, e que os benefícios desta vacina são largamente superiores a eventuais riscos.
O artigo de Wakefield foi descrito como "possivelmente, a mais prejudicial fraude médica dos últimos 100 anos."[17] Inúmeros médicos, publicações médicas e editores[18][19][20][21][22] têm descrito as ações de Wakefield como fraudulentas e responsáveis por várias epidemias e mortes.[23][24]
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