Crise econômica brasileira de 2014
crise iniciada durante a presidência de Dilma Rousseff / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A crise econômica brasileira de 2014, também conhecida como a recessão de 2015/2016,[1][2][3] crise político-econômica[4] ou a grande recessão brasileira,[5][6] teve início em 2014, embora só fosse claramente percebida nos anos seguintes. O produto interno bruto (PIB) do país caiu 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016.[nota 1] Em 2017, o desemprego atingiu seu auge, com uma taxa de 13,7%, o que representava 14,2 milhões de brasileiros desempregados.
A crise econômica foi acompanhada e intensificada por uma crise política que começou em 2013 com as Jornadas de Junho. A crise se agravou em março do ano seguinte com os escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Alguns meses depois, na eleição presidencial de 2014, Dilma Rousseff se reelegeu para seu segundo mandato, derrotando o candidato Aécio Neves por uma margem estreita, o que gerou insatisfação em parte da sociedade e entre os oposicionistas. Esses fatores, somados ao início da crise econômica, contribuíram para o aumento generalizado da insatisfação popular em relação à política, resultando em protestos contra o governo por todo o país. Em 2016, Dilma foi afastada do cargo por um processo de impeachment, tendo assumido seu vice, Michel Temer, que também foi alvo de protestos.
Entre as causas apontadas para a crise econômica está, além da já mencionada crise política, o fim do ciclo de alta dos preços das commodities no mercado externo, que afetou as exportações brasileiras e diminuiu a entrada de capital estrangeiro no país. Entretanto, a principal causa foi interna e está associada a medidas econômicas que não surtiram os efeitos desejados.[9] Adotado a partir de 2011, o conjunto de medidas conhecido como nova matriz econômica, que incluía políticas de forte intervenção governamental na economia, redução da taxa de juros, concessões de subsídios e intervenção em preços, gerou a crise de sustentabilidade fiscal que se seguiu e elevou o risco-país, a taxa de juros de longo prazo e a incerteza, o que reduziu o consumo e o investimento em 2015 e 2016. O ajuste fiscal promovido no final de 2014 e ao longo de 2015 acabou por aprofundar a crise.
No primeiro trimestre de 2017, o PIB subiu 1%, sendo o primeiro aumento após oito quedas trimestrais consecutivas.[10] O Ministro da Fazenda Henrique Meirelles declarou que o país "saiu da maior recessão do século".[11] Porém, o crescimento registrado caracterizou apenas o fim da recessão técnica, o que não significava o fim da crise. O desemprego continuou alto e ainda havia incertezas quanto ao futuro da economia, especialmente após diversos escândalos políticos.[12] A recessão foi a segunda maior da história do país,[13][14][15] sendo acompanhada pela mais lenta recuperação de todas.[16] A crise de 2014 foi sucedida pela recessão causada pela pandemia de COVID-19, que chegou ao Brasil em 2020.