Cuca
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A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma bruxa que rapta crianças e que pode ter a forma de uma velha ou de uma feiticeira com cabeça de jacaré. A origem desta lenda está na Coca (ou Coco) das lendas ibéricas, tradição que foi trazida para o Brasil possivelmente na época da colonização.
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Uma das versões da lenda da Cuca diz que, a cada 1.000 anos, brota de um ovo uma nova Cuca. Então, a Cuca "antiga" se transforma em um pássaro de canto triste, enquanto a nova Cuca assume seu papel, fazendo maldades maiores do que a anterior.
Outras versões, a cuca é uma entidade do mal que assume a forma de bruxa velha com aspecto de jacaré, que não se sabe ao certo sua idade mas que pode ter mais de 3 mil anos, como também existem versões em que pode se existir mais de uma cuca, como se fosse uma subclasse de bicho-papão, como é descrito no livro “O Saci” (1921), de Monteiro Lobato.[1]
No Brasil, a Cuca foi popularizada pelo livro "O Saci" (1921), de Monteiro Lobato, único de toda a obra do escritor em que ela aparece. Lá, a Cuca é descrita como uma "horrenda bruxa" que tem audição muito apurada, é "velha como o tempo", vive em uma caverna na floresta e só dorme uma noite a cada sete anos. Segundo o livro, a Cuca tem "cara de jacaré e garras nos dedos como os gaviões".
Já no livro infanto-juvenil "A Cuca: Contos do Folclore Sombrio" (2019), de Marcelo de Lima Lessa, a Cuca é descrita como uma feiticeira, "velha perversa de dentes podres e fala complicada", que rapta crianças.
O Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira traz "cuca" com o significando de bicho-papão, coco, papa-gente, tutu, bitu, boitatá, papa-figo.
Em seu livro "Geografia dos Mitos Brasileiros", Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) diz que a Cuca é um mito de origem portuguesa relacionado à Santa Coca, figura que aparecia nas procissões da província do Minho, em Portugal. Também no Minho, "cuca" é o nome popular de uma espécie de abóbora que costumava-se perfurar com contornos de olhos e boca, e dentro da qual era colocada uma vela acesa (de forma semelhante ao que se faz no Halloween americano). Outra origem possível seria o “Farricoco”, personagem que acompanhava a procissão de Passos, no Algarve, também em Portugal."[2]