Ciparisso
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Ciparisso (em grego clássico: κυπάρισσος; romaniz.:cyparissus), (em latim: Cupressus, trad. "cipreste"), na mitologia grega, na ilha de Quios é um jovem rapaz, filho de Télefo e descendente de Héracles. Embora o contexto mítico e a configuração sejam helênicas, o personagem é essencialmente conhecido da literatura latina helenizada e de afrescos de Pompeia.[1]
Ciparisso | |
---|---|
Apolo, Jacinto e Ciparisso Tocando e Cantando Por Alexander Andreyevich Ivanov, 1834 |
Apolo deu ao rapaz um cervo manso como companheiro, mas Ciparisso acidentalmente o matou com um dardo, enquanto o animal dormia no mato. Dar de presente a presa de um caçador é um tipo de iniciação na esfera da caça, uma preparação supervisionada para as artes varonis da guerra e um campo de teste do comportamento (Koch-Harnack 1983). A mansidão do veado pode ser puramente ovidiana. Em uma reversão tardia do papel tradicional do menino, talvez uma interpretação aplicada por Ovídio,[2] Ciparisso pede a Apolo para deixar suas lágrimas cairem para sempre. Apolo transforma o triste rapaz em um cipreste, cuja seiva forma gotas semelhantes a lágrimas no tronco. O cipreste era uma das árvores que se encantavam com a música de Orfeu.
De acordo com uma tradição diferente, Ciparisso era filho de Orcômeno, o irmão de Mínias, e fundador mítico de Kypárissos na Fócida, que mais tarde foi chamada Anticira.[3] Sérvio, em comentário sobre as Geórgicas de Virgílio (1.20) explica a associação virgiliana de Silvano com o cipreste com uma narrativa da paixão do deus por Cupressus: após Silvano ter matado acidentalmente o veado de estimação do rapaz, Cupressus morreu de desgosto e foi transformado em um cipreste, do qual Silvano transportava um ramo. Peter Dorcey[4] observa que Sérvio simplesmente aplicara a Silvano o episódio de Ciparisso narrado por Ovídio, observando, de passagem, o tema comum no folclore antigo e moderno de um homem transmutado em uma forma vegetal.