Câncer cervical
cancro com origem no colo do útero / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Cancro do colo do útero, cancro cervical (português europeu) ou câncer do colo de útero (português brasileiro) é o cancro que tem origem no colo do útero, ou cérvix.[1] Caracteriza-se pelo crescimento anormal de células que têm a capacidade de invadir ou de se espalhar para outras partes do corpo.[11] Na fase inicial geralmente não se observam sintomas. À medida que a doença avança podem-se manifestar sintomas como hemorragia vaginal, dores na pelve ou dores durante o ato sexual.[1] Embora a hemorragia após o ato sexual possa não ser grave, pode também ser um indicador da presença de cancro do colo do útero.[12]
Cancro do colo do útero | |
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Localização do cancro do colo do útero e exemplo de células normais e anormais | |
Especialidade | Oncologia |
Sintomas | Iniciais: nenhum[1] Tardios: hemorragia vaginal, dor pélvica, dor durante as relações sexuais[1] |
Início habitual | Ao longo de 10 a 20 anos[2] |
Tipos | Carcinoma espinocelular, adenocarcinoma, outros[3] |
Causas | Infeção por vírus do papiloma humano (VPH)[4][5] |
Fatores de risco | Fumar, sistema imunitário debilitado, pílula contracetiva oral, iniciação sexual em idade precoce, múltiplos parceiros sexuais ou parceiro sexual com múltiplos parceiros sexuais[1][3][6] |
Método de diagnóstico | Rastreio cervical seguido por biópsia[1] |
Prevenção | Rastreio cervical regular, vacina contra o VPH, preservativos[7][8] |
Tratamento | Cirurgia, quimioterapia, radioterapia[1] |
Prognóstico | Taxa de sobrevivência a 5 anos: 68% (EUA)[9] |
Frequência | 570 000 novos casos (2018)[10] |
Mortes | 311 000 (2018)[10] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | C53 |
CID-9 | 180 |
CID-11 | 1256072522 |
OMIM | 603956 |
DiseasesDB | 2278 |
MedlinePlus | 000893 |
eMedicine | med/324 radio/140 |
MeSH | D002583 |
Leia o aviso médico |
Em mais de 90% dos casos da doença, a causa aparenta ser a infeção pelo vírus do papiloma humano (VPH ou HPV, do inglês human papiloma virus).[4][5] No entanto, a maioria das pessoas que é infetada pelo vírus não desenvolve cancro.[2][13] Entre outros fatores de risco estão o tabagismo, um sistema imunitário comprometido, a pílula contracetiva, a iniciação sexual precoce e múltiplos parceiros sexuais, embora estes fatores sejam menos relevantes.[1][3] O cancro do colo do útero geralmente desenvolve-se a partir de alterações pré-malignas que ocorrem ao longo de 10–20 anos.[2][3] Cerca de 90% dos casos são carcinomas de células escamosas, 10% são adenocarcinomas e um pequeno número são de outros tipos.[3] O diagnóstico é feito pela observação do colo do útero, seguida de biópsia. Posteriormente é usada imagiologia médica para determinar se o cancro se espalhou ou não.[1]
As vacinas contra o vírus do papiloma humano protegem contra duas a sete estirpes de elevado risco da família do vírus e são capazes de prevenir até 90% dos cancros do colo do útero.[14][8][15] Como continua a existir um pequeno risco de cancro, as recomendações incentivam a realização regular de testes de Papanicolau.[8] Entre outros métodos de prevenção estão a diminuição do número de parceiros sexuais e o uso de preservativos.[7] O rastreio do cancro do colo do útero através de Papanicolau ou ácido acético permite identificar eventuais alterações pré-malignas cujo tratamento pode prevenir o desenvolvimento de cancro.[16] O tratamento do cancro do colo do útero pode consistir numa combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia.[1] A taxa de sobrevivência a cinco anos nos Estados Unidos é de 68%.[17] No entanto, o prognóstico depende significativamente de quão cedo é detetado o cancro.[3]
Em todo o mundo, o cancro do colo do útero é a quarta causa mais comum de cancro e de morte por cancro entre mulheres.[2] Em 2012, estima-se que tenham ocorrido 528 000 casos da doença em todo o mundo, a qual provocou a morte a 266 000 pessoas.[2] Isto corresponde a 8% do número total de casos e de mortes por cancro.[18] Cerca de 70% dos casos ocorrem nos países em vias de desenvolvimento.[2] Nos países de baixa renda é a causa mais comum de morte por cancro.[16] Em países desenvolvidos, a adoção de programas de rastreio diminuiu drasticamente a prevalência do cancro do colo do útero.[19]