Economia da Rússia
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A Economia da Rússia possui importantes recursos naturais e humanos, que constituem forte potencial de desenvolvimento econômico.
Economia da Rússia | |
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Centro Internacional de Negócios de Moscou em construção. | |
Moeda | Rublo |
Blocos comerciais | OMC, CEI, G-20, BRICS e outros |
Estatísticas | |
PIB | |
Variação do PIB | –3,4 (2022)[2] |
PIB per capita | |
PIB por setor |
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Inflação (IPC) | 13,4% (julho de 2022)[4] |
População abaixo da linha de pobreza |
12,9%% (2022)[5] |
Força de trabalho total | 72,736,316 (2019)[6] |
Desemprego | 4,5% (setembro de 2018)[7][8] |
Principais indústrias | mineração (carvão, petróleo, gás natural, metais), produtos químicos, máquinas (desde moinhos a aviões e veículos espaciais), indústria de defesa (incluindo radares e mísseis), componentes eletrônicos avançados, construção naval, material ferroviário e rodoviário, equipamentos de comunicação, máquinas agrícolas, tratores e equipamentos de construção civil, equipamentos de geração e transmissão de energia, instrumentos médicos e científicos, bens de consumo duráveis, têxteis, alimentos, artesanato |
Exterior | |
Exportações | $353 bilhões (2017)[9] |
Produtos exportados | petróleo e derivados, gás natural, metais, madeira e derivados, produtos químicos, e uma ampla variedade de equipamentos civis e militares |
Principais parceiros de exportação |
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Importações | $238 bilhões (2017)[9] |
Produtos importados | máquinas, veículos, produtos farmacêuticos, plásticos, produtos semielaborados de metal, carne, frutas e sementes, instrumentos ópticos e médicos, ferro, aço |
Principais parceiros de importação |
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Dívida externa bruta | $539,6 bilhões (2017)[9] |
Finanças públicas | |
Dívida pública | 10,6% do PIB (2017)[11] |
Receitas | $258,6 bilhões (2017)[9] |
Despesas | $281,4 bilhões (2017)[9] |
Fonte principal: [[12] The World Factbook] Salvo indicação contrária, os valores estão em US$ |
A Rússia tem uma economia de renda média-alta mista e de transição, com participação estatal em áreas consideradas estratégicas. As reformas de mercado na década de 1990 privatizaram grande parte da indústria e da agricultura, com notáveis exceções nos setores relacionados à energia e à defesa.
A vasta geografia da Rússia é um importante determinante de sua atividade econômica, com algumas fontes estimando que a Rússia detém mais de 30% dos recursos naturais do mundo, com abundância de petróleo (segundo maior exportador do mundo), gás natural (com as maiores reservas e a maior exportação do mundo) e metais preciosos. O Banco Mundial estima o valor total dos recursos naturais da Rússia em US$ 75 trilhões de dólares. A Rússia depende de receitas de energia para impulsionar a maior parte do seu crescimento. A partir de 2012, o setor de petróleo e gás representou 16% do PIB, 52% da receita do orçamento federal e mais de 70% do total das exportações. A partir de 2019, a exportação de recursos naturais representou 60% do PIB do país.
A Rússia possui uma grande e sofisticada indústria de armas, capaz de projetar e fabricar equipamentos militares de alta tecnologia, incluindo um jato de combate de quinta geração, submarinos nucleares, armas de fogo e mísseis balísticos de curto e longo alcance. O valor das exportações de armas russas totalizaram US$ 15,7 bilhões em 2013, atrás apenas dos EUA. As principais exportações militares da Rússia incluem aviões de combate, sistemas de defesa aérea, navios e submarinos.
Quase duas décadas após o colapso da União Soviética, em 1991, a Rússia continua a tentar estabelecer uma economia de mercado moderna e de fato tem conseguido altas taxas de crescimento econômico. Ao longo da década de 2000, a economia russa registrou taxas de crescimento acima de 7% em 2000 (10%), 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007 (8,1%). Em 2005 teve alta de 6,4 e, em 2006, de 6,8%. Em 2008, a Rússia cresceu 6% [13] e foi a 9ª economia do mundo. No entanto, diante da Grande Recessão e a queda dos preços do petróleo, as perspectivas para 2009 são mais sombrias. Em dezembro de 2008, a ministra da Economia, Elvira Nabiullina, previu 2,4% de crescimento do PIB para 2009, o índice mais baixo desde 1998 - o fatídico ano da moratória russa.[14][15]
A Rússia integra a área da APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco económico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.
Além da APEC, a Rússia também faz parte do Bloco econômico BRICS, que contem os países: Brasil, Rússia, Índia, China e recentemente entrou, a África do Sul.
Apesar do forte crescimento económico na década de 2000, a economia russa entrou em recessão ao fim de 2014, intensificando-se em 2015. Vários fatores contribuíram para esta nova crise, incluindo a queda nos preços do petróleo no mercado mundial, as sanções económicas impostas pelos países da Europa Ocidental, EUA e aliados como resposta a intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a subsequente evasão de divisas.[16][17]
O desenvolvimento econômico do país tem sido desigual geograficamente, sendo a região de Moscou a que mais contribui para o PIB do país. Houve um aumento substancial na desigualdade de riqueza na Rússia desde 1990 (maior do que a China e outros países do Leste Europeu). Um estudo estima que "a riqueza mantida fora do país por russos é cerca de três vezes maior do que as reservas externas líquidas oficiais, sendo comparável ao total dos ativos financeiros das famílias na Rússia".
Após a invasão russa da Ucrânia em 2022, o país está sob fortes sanções econômicas internacionais, principalmente das nações ocidentais, e boicotes de empresas estrangeiras,[18] no que foi descrito como uma "guerra econômica e financeira total" para isolar a economia russa do sistema financeiro global.[19] O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento estimou que o impacto das sanções levaria ao "maior choque de oferta desde pelo menos o início dos anos 1970".[20] Algumas estimativas sugerem que as sanções custarão à economia russa pelo menos trinta anos de desenvolvimento e reduzirão os padrões de vida do país nos próximos cinco anos.[21]