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Economia do Brasil

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A economia do Brasil, classificada em 2020 como a décima-segunda maior economia do mundo,[19] com um produto interno bruto (PIB) de 7,4 trilhões de reais,[20] ou 1,9 trilhão de dólares estadunidenses nominais, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), é também a segunda maior do continente americano, atrás apenas da economia dos Estados Unidos. De acordo com o relatório do Fundo Monetário Internacional de 2017, o Brasil é o 65º país do mundo no ranking do PIB per capita (que é o valor final de bens e serviços produzidos num país num dado ano, dividido pela população desse mesmo ano), com um valor de 10 019 dólares estadunidenses por habitante.

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Economia do Brasil
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Economia do Brasil
São Paulo, o maior centro financeiro e industrial do Brasil e da América Latina.
Moeda Real (R$, BRL)
Ano fiscal Ano natural
Blocos comerciais OMC, Mercosul, G-20, BRICS e outras
Estatísticas
PIB
  • Aumento R$ 8,7 trilhões (nominal, 2021)[1]
  • Aumento US$ 1,893 trilhões (nominal, 2020)[2]
  • Aumento US$ 3,596 trilhões (PPC, 2020)[2]
Variação do PIB Aumento 4,6% (2021)[3]
Aumento 3,1% (2022)[4]
PIB per capita R$40,497 (2021)[5]
$8,537 (2021)[6]
PIB por setor agricultura: 5,5% indústria: 18,5% serviços: 76% (2016)[7]
Inflação (IPC) BaixaPositiva 5,79% (2022)[8]
População
abaixo da linha de pobreza
BaixaPositiva 4% (2022)[9]
Coeficiente de Gini BaixaPositiva 0.51 (2022)[10]
Força de trabalho total 99,470 milhões (est. 2021)[11]
Força de trabalho
por ocupação
agricultura: 8%, indústria: 22% e serviços: 70% (est. 2017)
Desemprego BaixaPositiva 7,9% (Dezembro 2022)[12]
Principais indústrias Aviões, aço, minério de ferro, carvão, máquinas, armamento, têxteis e vestuário, petróleo, cimento, produtos químicos, fertilizantes, produtos de consumo (incluindo calçados, brinquedos e eletrônicos), transformação de alimentos, equipamentos de transporte (incluindo automóveis, veículos ferroviários e locomotivas, navios e aeronaves); eletrônica; equipamento de telecomunicações, satélites, imóveis, turismo
Exterior
Exportações $308,8 bilhões (2022)[13]
Produtos exportados aviões, minério de ferro, soja, calçados, automóveis, café, suco de laranja
Principais parceiros de exportação Flag_of_the_People%27s_Republic_of_China.svg China 31,3%
Flag_of_the_United_States.svg Estados Unidos 11%
Flag_of_Argentina.svg Argentina 4,2%
Flag_of_the_Netherlands.svg Países Baixos 3,3%
Flag_of_Chile.svg Chile 2,5%
Singapura Singapura 2,1%
outros 44%[14]
Importações $250,8 bilhões (2022)[13]
Produtos importados máquinas, equipamentos elétricos e de transporte, produtos químicos, petróleo, autopeças, eletrônicos
Principais parceiros de importação Flag_of_the_People%27s_Republic_of_China.svg China 21,7%
Flag_of_the_United_States.svg Estados Unidos 18,0%
Flag_of_Argentina.svg Argentina 5,4%
Flag_of_Germany.svg Alemanha 5,1%
Flag_of_India.svg Índia 3,1%
Flag_of_Russia.svg Rússia 2,6%
outros 44%
Dívida externa bruta $567,5 bilhões (2021)[15]
Finanças públicas
Dívida pública 76,6% do PIB (est. 2022)
Receitas $382.6 bilhões (2022)[16]
Despesas $319,4 bilhões (2022)[16]
Notação de crédito Standard&Poor's: BB-
Fitch: BB
Moody's: Ba2[17]
Reservas cambiais $324,7 bilhões (2023)[18]
Salvo indicação contrária, os valores estão em US$
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O Brasil é uma das chamadas potências emergentes: é o "B" do grupo BRICS. É membro de diversas organizações econômicas, como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), o G8+5, o G20 e o Grupo de Cairns. Tem centenas de parceiros comerciais, e cerca de 60% das exportações do país referem-se a produtos manufaturados e semimanufaturados.[21] Os principais parceiros comerciais do Brasil em 2008 foram: Mercosul e América Latina (25,9% do comércio), União Europeia (23,4%), Ásia (18,9%), Estados Unidos (14,0%) e outros (17,8%).[22] Alguns especialistas em economia, como o analista Peter Gutmann, afirmam que em 2050 o Brasil poderá vir a atingir estatisticamente o padrão de vida verificado em 2005 nos países da Zona Euro.[23] De acordo com previsão do Goldman Sachs, o Brasil atingirá em 2050 um PIB de 11,3 trilhões de dólares e um PIB per capita de 49 759 dólares estadunidenses, tornando-se a quarta maior economia do planeta.[24][25]

Importantes passos foram dados na década de 1990 para estabilizar a economia, como sustentabilidade fiscal, medidas tomadas para liberalizar e abrir a economia, e assim impulsionaram significativamente os fundamentos do país em matéria de competitividade, proporcionando um melhor ambiente para o desenvolvimento do setor privado.[26][27] Porém, o Brasil ainda figura entre os piores países do mundo quando se trata de competitividade: ficou 61º dentre as 63 economias analisadas pelo International Institute for Management Development (IMD) em 2017.[28] O estudo avalia as condições oferecidas pelos países para que as empresas que neles atuam tenham sucesso nacional e internacionalmente, promovendo crescimento e melhorias nas condições de vida da sua população. Na análise, os critérios avaliados são: desempenho econômico, infraestrutura e eficiência dos seus governos e empresas. O país ainda ficou na 80ª posição entre os 137 países analisados no índice de competitividade do Fórum Econômico Mundial de 2017.[29]

A economia brasileira tem a característica de ser concentrada no Estado.[30] O estado brasileiro tem participações em mais de 650 empresas, envolvidas em um terço do PIB nacional.[31] O país adota uma forma de Capitalismo de Estado. Em 2018 foi considerado o 153º entre 180 países com mais liberdade econômica pela Heritage Foundation.[32] Outro estudo de 2018 apontou o Brasil como o segundo país mais fechado do mundo para o comércio internacional.[33] Graças a esses números, o Brasil responde por apenas 1,2% das transações comerciais mundiais.[34]

O país dispõe de setor tecnológico sofisticado e desenvolve projetos que vão desde submarinos a aeronaves (a Embraer é a terceira maior empresa fabricante de aviões no mundo).[35] O Brasil também está envolvido na pesquisa espacial. Possui um centro de lançamento de satélites e foi o único país do Hemisfério Sul a integrar a equipe responsável pela construção do Estação Espacial Internacional (EEI).[36] É também o pioneiro na introdução, em sua matriz energética, de um biocombustível - o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.[37] Em 2008, a Petrobras criou a subsidiária, a Petrobras Biocombustível, que tem como objetivo principal a produção de biodiesel e etanol, a partir de fontes renováveis, como biomassa e produtos agrícolas.