Economia do Império Romano
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Economia do Império Romano, conceitualmente, abrange o período que transcorre entre o reinado de Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) e 476, ano da dissolução do Império Romano do Ocidente.[nt 1] Estudos mais recentes conduziram a uma reavaliação positivo da dimensão e sofisticação da economia romana.[1] Moses Finley foi o principal proponente da perspetiva primitivista segunda a qual a economia romana era "subdesenvolvida e ineficiente", caraterizada por agricultura de subsistência, centros urbanos que consumiam mais do que produziam em termos de comércio e indústria, artesãos de baixo estatuto social, desenvolvimento tecnológico lento e uma "falta de racionalidade económica".[2] As perspetivas atuais são mais complexas. As conquistas territoriais possibilitaram uma reorganização em larga escala do uso da terra, que resultou em excedentes agrícolas e especialização, particularmente no Norte de África. Algumas cidades eram conhecidas por certas indústrias ou atividades comerciais e a escala das edificações nas áreas urbanas denota uma indústria de construção significativa.[3] Métodos contabilísticos complexos que foram preservados em papiros sugerem elementos de racionalismo económico[4] numa economia muito monetizada.[5]
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Apesar dos meios de comunicação e de transporte serem limitados na Antiguidade, os transportes tiveram grande expansão nos séculos I e II d.C., e as economias regionais foram ligadas por rotas comerciais.[7] Os contratos de fornecimento do exército, existiram em todas as partes do império e eram estabelecidos tanto com fornecedores locais das proximidades das bases (castros), como com fornecedores que operavam à escala provincial ou mesmo em mais do que uma província.[8] O império pode ser visto como uma rede de economias regionais baseadas numa forma de "capitalismo político" no qual o estado monitorizava e regulava o comércio para assegurar as suas próprias receitas.[9] O crescimento económico, embora não seja comparável ao das economias modernas, era maior do que a maior parte das sociedades anteriores à industrialização.[4]
Em termos sociais, o dinamismo económico foi um dos vetores da mobilidade social no Império Romano. A ascensão social não estava dependente apenas do nascimento, patrocínio, sorte ou até capacidades extraordinárias. Em contrapartida, embora valores aristocráticos sustentassem uma sociedade elitista tradicional, havia uma forte tendência para a plutocracia, como se constata pelo facto de nos censos as classes sociais serem determinadas pelo nível de riqueza. O prestígio social podia ser obtido através do investimento da riqueza pessoal de forma a que esta fosse publicitada de forma apropriada: extensas propriedades rurais ou casas citadinas, objetos de luxo duráveis como joias e prataria, espetáculos públicos, monumentos funerários para membros da família e empregados e dedicatórias religiosas como altares. Associações profissionais (collegia) e corporações (corpora) apoiavam o êxito dos seus membros através de contactos e da partilha de práticas de negócio.[10]