Escola sofística
método de educação filosófica da Grécia Antiga / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O termo Sofista (em grego antigo: σοφιστής, transliterado: sophistēs) refere uma pessoa de um grupo de pensadores do século V e IV AEC na Grécia Antiga que viajavam de cidade em cidade realizando discursos públicos e atraindo estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação.
O conteúdo crítico de "As Nuvens", de Aristófanes, peça cujo alvo cômico é Sócrates e teria sido apresentada ainda no último quartel do século V AEC, deixa visualizar que a atividade educacional dos sofistas em Atenas é alvo de difamação (Ar. Nu., versos 331 e 1111) desde o século V AEC.
A conotação pejorativa ligada a noções de "trapaça" ganharia posteriormente repercussão na história do ocidente, passando por marcantes afirmações pejorativas já remotas. Exemplo disso ocorre no Sofista de Platão (Sph. 268d) e em A Oração da Coroa, de Demóstenes.
Nos primeiros três séculos da Era Comum, houve uma Segunda Sofística, representada em especial por Flávio Filóstrato (que viveu, segundo a Suda, no reino de Filipe, o Árabe). Filostrato é autor de uma Vidas dos Sofistas, obra em que se cunhou o termo Segunda Sofística[1].
Com o tempo, a conotação pejorativa do termo "sofista" ganhou uma prevalência que permeia o consciente coletivo, a ponto de que haja no dicionário Michaelis para além do significado histórico acima mencionado um outro significado, adjetivo, com conotação pejorativa. Nesse significado adjetivo pejorativo, sofista se aplica àquele "que lança mão de habilidade retórica com o objetivo de defender argumentos enganosos ou inconsistentes do ponto de vista lógico"[2].
Desde a década de 1980, em especial a partir da publicação de O Movimento Sofista, do classicista britânico G. B. Kerferd[3], há um movimento de recuperação da imagem dos sofistas, privilegiando compreendê-los não como uma "escola", com unidade doutrinária, mas como um "movimento", um fenômeno cultural com raízes comuns, mas posições variadas.
Em Early Greek Philosophy (2016), edição e tradução dos fragmentos e menções aos primeiros filósofos, de André Laks e Glenn W. Most, publicada pela Loeb Classical Library, os autores da edição colocam Sócrates em um dos dois volumes reservados aos sofistas e justificam tal escolha.