Gótico Lolita
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Gothic Lolita ou "GothLoli" (ゴスロリ, gosurori) é uma subdivisão de uma subcultura urbana japonesa chamada Lolita (moda), popular entre adolescentes e jovens adultas (e por vezes pessoas do sexo masculino). No estilo Lolita veste-se roupas de inspiradas, em sua maioria, pela moda Vitoriana, Rococó ou Eduardiana e frequentemente lembram a aparência de bonecas de porcelana ou princesas. A origem do Gosurori é uma combinação da Moda Lolita — que envolve parecer ‘fofa’ ou meiga a ponto de às vezes parecer infantil — e certas características da Moda Gótica.
A cultura japonesa dá muito mais importância a uma aparência e comportamento juvenis do que a ocidental, não sendo incomum que mulheres adultas gostem e comprem coisas como produtos com a estampa da Hello Kitty[1] — que no ocidente geralmente são considerados "para crianças". O Gosurori talvez seja uma extensão desse fenômeno, conhecido como "Cultura Kawaii".[2]
O estilo floresceu nos idos de 1997/1998 e se tornou um estilo bem estabelecido, com suas próprias grifes, disponível em diversas boutiques, e até mesmo em algumas grandes lojas de departamentos a partir de 2001. Alguns consideram o Gosurori como uma resposta ao movimento Kogal, que envolve exposição do corpo e sensualidade[3]. No entanto, o Gothic Lolita talvez não possa ser considerado como uma subcultura propriamente dita já que não existe uma ideologia ou um credo comum a todas, um padrão de comportamento, nem música ou arte específicas a serem apreciadas - mas acima de tudo Lolitas não são criaturas necessariamente grupais, que buscam socializar com outras Lolitas. Sendo assim individualistas, não há como classificá-las como uma tribo.
Gothic Lolita é uma das subcategorias do visual Lolita. Outras categorias incluem Classic Lolita (mais tradicional, contando com estampas florais, cores mais claras e mais sofisticadas, e com ar mais ‘maduro’), Sweet Lolita (tons pastel, temas angelicais, renda, laços e flores), Ero Lolita (que usa cinta-ligas, saias ligeiramente mais curtas, espartilhos, tecidos rendados ou semitransparentes), Punk Lolita (usa corsets, tecidos em xadrez, estampas com caveiras), Country Lolita (abusando de estampas quadriculadas e florais para criar o efeito meigo e campestre) e Guro Lolita (com temas mais mórbidos e sinistros, incluindo muitas vezes tapa-olho, bandagens, uso de taxidermia, etc.).
O estilo foi influenciado e tornado ainda mais popular pela imagem de certas bandas de Visual Kei (ou rock visual, lit. “linhagem visual”), que possuem ou possuíam entre seus integrantes usuários ou fãs do visual Lolita[4]. O Visual Kei é um subgênero do rock japonês formado por bandas de visual elaborado, cujas apresentações muitas vezes contam com elementos teatrais — mas com estilo musical que muitas vezes difere de outros grupos enquadrados na mesma categoria[5]. É importante ressaltar que algumas Lolitas ressentem essa ligação com Visual Kei e consideram Lolitas fãs dessas bandas e ídolos como bandgirls e não Lolitas "de verdade": como se as Lolitas fãs de visual rock se vestissem de Lolita apenas por influência de seus ídolos, para se encaixar com os outros fãs e não por gostarem do estilo.
Mana, o líder da extinta banda de Visual Kei Malice Mizer, é creditado como tendo ajudado a popularizar o Gothic Lolita. Ele criou os termos “Elegant Gothic Lolita” (EGL) e “Elegant Gothic Aristocrat” (EGA) para descrever as peças de sua própria grife Moi-même-Moitié, fundada em 1999[6] — que rapidamente se estabeleceu como uma das marcas mais desejadas da cena Gothic Lolita. No ocidente, o termo "EGL" diversas vezes é tratado como se abrangesse toda a moda Lolita, ou como se fosse um sinônimo de "Gothic Lolita". "EGL" na verdade refere-se somente à linha de roupas da grife Moi-même-Moitié que leva este nome - e que é formada por roupas Gothic Lolita.