Império Serrano
Escola de Samba / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano (ou simplesmente Império Serrano) é uma escola de samba brasileira da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Originária do Morro da Serrinha, encontra-se sediada na Avenida Ministro Edgard Romero, ao lado da estação de trem Mercadão de Madureira, no bairro de Madureira.[4] Foi fundada em 23 de março de 1947, a partir de uma dissidência da escola de samba Prazer da Serrinha.[5] Entre seus fundadores estão Sebastião Molequinho, Elói Antero Dias, Mano Décio da Viola, Silas de Oliveira, Aniceto Menezes, Antônio dos Santos (Mestre Fuleiro) e Eulália do Nascimento.[6] O nome "Império Serrano" foi proposto por Sebastião Molequinho e faz referência ao Morro da Serrinha. A escola tem como cores o verde e o branco, escolhidas por Antenor Rodrigues de Oliveira. A Coroa Imperial Brasileira é o símbolo da agremiação. O Império não tem escola madrinha. São Jorge é o santo padroeiro da agremiação.[7]
Império Serrano | |
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Fundação | 23 de março de 1947 (77 anos)[1][2][3] |
Cores | |
Símbolo | Coroa[1][2] |
Bairro | Madureira[1][2][3] |
Presidente | Flávio França |
Desfile de 2024 | |
Enredo | Ilú-ọba Ọ̀yọ́ - A Gira dos Ancestrais |
Site oficial «www.socioimperioserrano.com.br» |
A escola surgiu da necessidade de criar uma agremiação democrática, sem dono, e onde as decisões fossem tomadas em conjunto, o oposto do que vinha ocorrendo no Prazer da Serrinha, onde seu presidente comandava a escola de forma autoritária.[8] A maioria dos seus fundadores trabalhavam no Sindicato da Estiva, o que resultou, em seus primeiros anos, numa escola organizada. O estatuto da escola proíbe patronos; e a cada três anos, são realizadas eleições presidenciais.[9] Com o passar do tempo, a disputa pela presidência do Império deflagrou crises políticas e, consequentemente, financeiras, que transformaram a agremiação em uma escola "iôiô", se alternando entre a primeira e a segunda divisão do carnaval.[10]
O Império Serrano é o quarto maior vencedor da folia carioca, com nove títulos de campeão, conquistados nos anos de 1948, 1949, 1950, 1951, 1955, 1956, 1960, 1972 e 1982. Também possui cinco títulos da segunda divisão, conquistados em 1998, 2000, 2008, 2017 e 2022. Desfilou pela primeira vez em 1948, sendo tetracampeã nos quatro primeiros desfiles que participou. Em 2001 foi condecorado com a Ordem do Mérito Cultural.[11] A escola é uma das maiores vencedoras do prêmio Estandarte de Ouro, conhecido como "óscar do carnaval". Entre os carnavalescos com passagens marcantes pela escola estão Fernando Pinto, Rosa Magalhães e Renato Lage. Entre as contribuições do Império Serrano ao carnaval estão a introdução de instrumentos como o prato, o reco-reco, a frigideira e o agogô de quatro bocas na bateria; e a criação dos destaques de luxo.[12][13] A bateria da escola é denominada "Sinfônica do Samba" e tem como marca registrada a ala de agogôs.[14][15] O Império também é responsável pela primeira escola de samba mirim da história, o Império do Futuro, criado em 1983.[16]
Sua discografia é marcada por clássicos do gênero de samba enredo como "Aquarela Brasileira" (de 1964, reeditado em 2004); "Exaltação a Tiradentes" (1949); "Cinco Bailes da História do Rio" (1965); "Heróis da Liberdade" (1969); "Lenda das Sereias, Rainhas do Mar" (de 1976, reeditado em 2009); "Bum bum Paticumbum Prugurundum" (1982); "Mãe Baiana Mãe" (1983); "Eu Quero" (1986); "O Império do Divino" (2006); entre outros.[17] A ala de compositores da escola é considerada referência pelos sambistas. Por ela, passaram personalidades como Silas de Oliveira,[18] Mano Décio da Viola,[19] Aniceto do Império, Dona Ivone Lara,[20] Beto Sem Braço,[21] Aluízio Machado,[22] Arlindo Cruz,[23] entre outros.[24] Outro grupo de respeito da escola é a Velha Guarda, do qual participaram sambistas como Nílton Campolino; Mestre Fuleiro; Sebastião Molequinho; Wilson das Neves; Ivan Milanez; Tuninho Fuleiro; Rachel Valença; Luís Carlos do Cavaco; Nilson Rangel; Reinaldo Muzza; entre outros.[25][26]