Grande Prêmio de Mônaco
mais tradicional e a mais importante prova do calendário da Fórmula 1 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Grande Prêmio de Mônaco (português brasileiro) ou Grande Prémio do Mónaco (português europeu) é a mais tradicional e a mais importante prova do calendário da Fórmula 1.[2] Ele é disputado tradicionalmente no último fim de semana de maio,[2] em um Circuito de rua, em Monte Carlo, Mónaco, e tem 3.337 metros de extensão (o menor dentre todos os GPs do calendário),[3] que exigem dos pilotos muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.
Este artigo ou seção pode conter informações desatualizadas. |
Circuito de Mônaco | |
Mapa do circuito. | |
Informações da corrida | |
---|---|
Localização | Monte Carlo, Mônaco |
Voltas | 78 |
Percurso | 3.337 km (2.073 mi) |
Total | 260.286 km (161.734 mi) |
Curvas | 19 |
Pole | Lewis Hamilton Mercedes 1:10.166 2019 |
Volta mais rápida na prova |
Lewis Hamilton Mercedes 1:12.909 2021 |
Anos disputados | 80 (69 oficialmente) |
Primeira disputa | 1929 (oficialmente em 1950) |
Última disputa | 2023 |
Maior vencedor (pilotos) | Ayrton Senna (6) |
Maior vencedor (equipe) | McLaren (15) |
Última corrida (2023): | |
Pole Position | |
Piloto | Max Verstappen Red Bull Racing-Honda RBPT |
Tempo | 1:11.365 |
Volta mais rápida | |
Piloto | Lewis Hamilton Mercedes |
Tempo | 1:15.650 |
Pódio | |
Primeiro | Max Verstappen Red Bull Racing-Honda RBPT 1:48:51.980 |
Segundo | Fernando Alonso Aston Martin-Mercedes + 27.921 |
Terceiro | Esteban Ocon Alpine + 36.990 |
Juntamente com as 500 Milhas de Indianápolis e com as 24 Horas de Le Mans, o GP de Mônaco faz parte da chamada Tríplice Coroa do Automobilismo, que são as três mais prestigiadas corridas do automobilismo mundial.[4]
O GP foi disputado pela primeira vez em 1929. Em 1950, teve sua primeira participação na Fórmula 1 e a partir de 1955 passou a ser disputado regularmente pelo campeonato da Fórmula 1. Já teve alguns acidentes fatais, como o de Lorenzo Bandini em 1967. Curiosamente, com exceção do atual trecho da piscina, com suas quatro curvas, introduzido em 1973, o traçado de 3.337 metros é, basicamente, o mesmo que no dia 14 de abril de 1929 recebeu a primeira edição do Grande Prêmio de Mônaco.[5]
O Grande Prêmio de Mônaco formou parte do primeiro Campeonato Mundial de Fórmula 1 desde 21 de maio de 1950, o ano da criação, ganho por Juan Manuel Fangio com um Alfa Romeo. De 1955 esta corrida foi disputada anualmente. Juntamente com a data da Fórmula 1, por exemplo carros históricos e categorias baixas são disputadas. O Fórmula Júnior correu em Mônaco, em 1950 e de 1959 até 1963. Entre 1964 e 1997 realizou uma corrida de Fórmula 3, que serviu como um ponto de encontro para os pilotos dos vários campeonatos nacionais na Fórmula 3. Fórmula 3000 internacional ocorreu em 1998 e marcou o início de 2005 ao seu sucessor, o GP2 Series. Fórmula 3 Euroseries correu em Mônaco apenas uma vez em 2005, e o World Series by Renault faz daquele mesmo ano.
Por ser a mais tradicional prova do calendário da Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) faz algumas concessões para a corrida acontecer. Ele é o único da Fórmula 1 que não excede a distância total de 305 km do Grand Prix, devido a uma cláusula especial que a FIA aprovou para Mônaco. Apenas 78 voltas são disputadas, totalizando uma distância de 260 km. Isto porque, para atingir esta distância de 305 km, a prova teria que ser disputada em 92 voltas. Com uma velocidade média de 155 km/h, as 92 voltas seriam concluídas em tempo superior as 2 horas previstas em regulamento. Outra concessão, que aconteceu até 2016, tem a ver com a tradição dos pódios: o GP de Monaco era a única corrida do ano em que a estrutura levada aos outros 19 GPs não era montada. A premiação, tradicionalmente, sempre aconteceu nos degraus do primeiro andar do camarote da família real - os Grimaldi - do principado. Em 2017, porém, esta tradição mudou, já que o Automóvel Clube de Mônaco (ACM), que organiza a corrida, montou o pódio no segundo andar do camarote, com direito até àquelas bandeiras em LED.[3] Por fim, o GP de Monaco é o único que tem um dia livre voltado exclusivamente para eventos comerciais: a sexta-feira que antecede a prova. Para isso, os primeiros treinos são antecipados para a quinta-feira.[2]
O maior vencedor da história do evento é o brasileiro Ayrton Senna[6] que venceu seis vezes (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993). Senna também é o piloto com o maior número de poles conquistadas: Cinco (1985, 1988, 1989, 1990 e 1991).[7] Estes feitos de Ayrton Senna da Silva, piloto brasileiro que faleceu em 1994, o levou a receber o apelido de Rei de Mônaco.
Origens
Como muitas corridas europeias, o Grande Prêmio de Mônaco é anterior ao atual Campeonato Mundial de Formula 1. O primeiro Grande Prêmio do principado foi organizado por Antony Noghès e aconteceu em 14 de abril de 1929, no reinado do Príncipe Louis II, através do Automóvel Clube de Mônaco (ACM), que organizou o Rali de Monte Carlo e, em 1928, candidatou-se à Association Internationale des Automobiles Clubs Reconnus (AIACR), o órgão regulador internacional do automobilismo, visando elevar-se de um clube regional francês para o status nacional completo. A inscrição foi recusada devido à falta de um grande evento automobilístico realizado dentro dos limites de Mônaco. O rali não pôde ser considerado, pois utilizou principalmente as estradas de outros países europeus.[8][9]
Para obter o status nacional completo, Noghès propôs a criação de um Grande Prêmio automobilístico nas ruas de Monte Carlo. Após a sanção do príncipe Louis II, o organizador da prova buscou o apoio de seu conterrâneo, o piloto Louis Chiron, para quem a topografia de Mônaco era adequada à construção de uma pista de corrida.[10]
Dezesseis nomes disputaram o primeiro Grande Prêmio de Mônaco e nele a classificação foi definida por sorteio, cabendo a pole position ao francês Philippe Étancelin, piloto da Bugatti.[9] Outro piloto renomado e favorito à vitória era o alemão Rudolf Caracciola, da Mercedes, além de um certo "Georges Philippe", na verdade um pseudônimo utilizado pelo barão Philippe de Rothschild afim de ocultar sua identidade. Para o torcedor monegasco, no entanto, a terça-feira de competição foi prejudicada pela ausência de Louis Chiron, comprometido com os treinos e a disputa das 500 Milhas de Indianápolis de 1929.[11] Sobre a corrida, o vencedor foi o britânico William Grover-Williams (sob o heterônimo de "Williams"), dirigindo um Bugatti Type 35B, modelo de fábrica colorido com o tradicional "verde bretão".[12]
O Mercedes SSK de Caracciola não teve permissão para correr no ano seguinte, quando René Dreyfus e seu Bugatti Type 35B venceram a prova, com Chiron em segundo lugar a bordo de um Bugatti Type 35C. Resiliente, Louis Chiron permaneceu na equipe e venceu a corrida de 1931. Em 2022, ele continua sendo o único nativo de Mônaco a vencer um Grande Prêmio em seu país.