Hamlet (filme de 1948)
filme de 1948 dirigido por Laurence Olivier / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Hamlet é um filme britânico de 1948, dirigido e protagonizado por Laurence Olivier, baseado na clássica peça de teatro homônima de William Shakespeare.
Hamlet | |
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Hamlet | |
Reino Unido 1948 • p&b • 155 min | |
Género | drama |
Direção | Laurence Olivier |
Roteiro | Laurence Olivier (não creditado) |
Elenco | Laurence Olivier Eileen Herlie Basil Sydney Norman Wooland |
Idioma | inglês |
É o segundo filme dirigido por Olivier e também o segundo dos três filmes baseados em Shakespeare que ele foi o diretor (As You Like It de 1936 tinha sido estrelado por Olivier mas o diretor foi Paul Czinner). Olivier quis que Hamlet fosse feito em preto e branco e se tornou o primeiro filme britânico a ganhar o Oscar de Melhor Filme.[1] É também o primeiro filme sonoro sobre a peça, realizado na Inglaterra. A versão sonora de 1935, Khoon Ka Khoon, foi realizada na Índia em urdu.
O Hamlet de Olivier é o filme sobre Shakespeare que recebeu os prêmios mais prestigiados: Oscar de Melhor Filme e Melhor Ator e o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza. Mas é objeto de controvérsia, com os "puristas" da obra de Shakespeare criticando as alterações de Olivier para condensar a peça de quatro horas em duas horas de filme. Milton Shulman escreveu no jornal The Evening Standard (tradução livre): "Alguns dirão que foi um dos maiores filmes já feito enquanto outros sofrerão de profundo desapontamento. Laurence Olivier não deixa dúvidas que é um dos maiores atores vivos…suas liberdades com o texto, contudo, causam muitos incômodos."[2]
Na narração de abertura do filme, Olivier inclui uma frase com sua interpretação pessoal da peça, objeto de críticas: "This is the tragedy of a man who could not make up his mind".[3]
Olivier retirou os elementos políticos do texto (cortou os personagens Fortinbras, Rosencrantz e Guildenstern) e deu ênfase à psicologia dos personagens. John Gielgud fez o mesmo anos depois em sua produção para o rádio de 1951, no programa Theatre Guild on the Air. Gielgud também seguiu a versão de Olivier dando a fala final para Horatio no lugar de Fortinbras.[4]
Olivier também ressalta o Complexo de Édipo com Hamlet beijando sua mãe nos lábios muitas vezes durante o filme. O acadêmico Jack Jorgens comentou que "As cenas de Hamlet com a Rainha são efetivamente cenas de amor"[5] Em contraste, a Ofélia de Jean Simmons é destroçada pelo tratamento que recebe de Hamlet.
De acordo com J. Lawrence Guntner, o estilo do filme é próximo do Expressionismo Alemão e do film noir: os ambientes lúgubres e as escadarias tortuosas corresponderiam aos labirintos da mente de Hamlet.[6]