História do Ladaque
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O Ladaque (em inglês: Ladakh é uma região histórica no topo norte da Índia, com fortes influências culturais e étnicas tibetanas. Foi uma entidade política independente durante vários séculos, até à primeira metade do século XIX, quando foi integrada no estado principesco de Jamu e Caxemira.
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Há muito poucos dados históricos sobre o Ladaque anteriores à criação do respetivo reino em meados do século IX. Antes disso dificilmente se pode considerar o Ladaque uma entidade política separada. Após pelo menos dois séculos de domínio ou forte influência tibetana, o reino independente surgiu após o colapso do Império Tibetano, na primeira metade do século IX, quando as regiões fronteiriças se tornaram reinos independentes, a maior parte deles governados por monarcas aparentados com a família real tibetana.[1][2] O quinto rei da primeira dinastia chegou a conquistar parte do Baltistão, Kulu e Mustang (atualmente parte do Nepal). Apesar da sua ascendência tibetana, os reis da primeira dinastia estreitaram as relações religiosas com o noroeste da Índia, nomeadamente Caxemira. Essa situação mudou na sequência das invasões muçulmanas cerca do século XIII, que tiveram como consequência a substituição do budismo pelo islão como religião predominante nas regiões vizinhas a oeste, noroeste e sul. Os monarcas ladaques reaproximaram-se novamente em termos religiosos do Tibete budista.
Ao longo da sua história, a região sofreu vários ataques, quer provenientes dos vizinhos dominados por governantes e saqueadores muçulmanos a oeste e noroeste, quer dos vizinhos budistas tibetanos ou chineses a leste, o que pode ter contribuído para o declínio e fragmentação do reino, que chegou a estar dividido em dois, cada um deles com o seu próprio rei: o Ladaque Inferior e o Ladaque Superior. O reino foi reunificado por Bhagan, fundador da dinastia Namgyal que perdura até à atualidade embora não reine desde 1834. O período áureo do reino do Ladaque foi provavelmente o do reinado de Sengge Namgyal (r. 1616–1642), que mudou a capital para Lé, onde construiu um palácio, conquistou Zanskar e Spiti e reconstruiu vários mosteiros budistas.
Durante o reinado de Sengge Namgyal ocorreram confrontos com o Império Mogol, que entretanto tinham ocupado Caxemira e o Baltistão. O Ladaque foi derrotado, mas logrou ficar independente fazendo algumas cedências e ficando aliado dos mogóis, que ajudaram a repelir uma tentativa de invasão tibetana no último quartel do século XVII. A queda de facto do Império Mogol, no início do século XIX, privou o Ladaque do seu aliado mais poderoso e em 1834, o general dogra rajapute Zorauar Singue conquistou o Ladaque, que passou a integrar os domínios do marajá Gulabe Singue, apesar de gozar de bastante autonomia. Em 1846, o Ladaque foi formalmente incorporado no principado de Jamu e Caxemira, do qual Gulabe Singue foi o primeiro monarca, passando assim a fazer parte da Índia britânica. Após a independência da Índia, grande parte do principado, com o Ladaque incluído, passou a constituir o estado indiano de Jamu e Caxemira. Quando este estado foi dissolvido, em 2019, o Ladaque passou a ser um Território da União.