Homonacionalismo
associação entre um tipo de ideologia nacionalista e as pessoas LGBT ou seus direitos / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Homonacionalismo (acrónimo de homossexualidade e nacionalismo) descreve a associação favorável entre um tipo de ideologia nacionalista e as pessoas LGBT ou seus direitos.[1][2][3] A estigmatização de um povo ou comunidade como LGBTfóbicos em busca de justificativa que legitime ataques ou crimes de guerra é um exemplo de homonacionalismo.
O termo foi originalmente proposto pela pesquisadora em estudos de gênero Jasbir K. Puar para referir aos processos pelos que certos poderes se alinham com as reivindicações do coletivo LGBT com o fim de justificar posições racistas e xenófobas especialmente em contra do Islão e Cristianismo, apoiando-se em os preconceitos de que as pessoas migrantes têm de ser forçadamente homófobicas e de que a sociedade ocidental é completamente igualitária.[1][2][4][5][6][7][8][9] Desta forma, faz-se uso da diversidade sexual e os direitos LGBT para sustentar posturas em contra da imigração, sendo a cada vez mais comum entre partidos de extrema direita.[10][11][12]
As principais críticas deste fenómeno centram-se no uso parcial e sectario que se faz do movimento LGBT para amparar fins baseados na intolerância, obviando a própria homofobia e a falta de uma igualdade real na sociedade ocidental em seu conjunto.[13][14] Esta falsa ideia de igualdade costuma-se representar de forma simbólica pelo acesso ao casamento igualitario, heteronormalizando as relações entre as pessoas do colectivo LGBT e favorecendo posições chauvinistas para o próprio país e recelosas para pessoas procedentes daqueles países que não têm regulado algum tipo de reconhecimento dos casais do mesmo sexo ou que criminalizam a homossexualidade, fundamentalmente para os muçulmanos.[2][15][16][17][18][19]
Bruno Perreau criticou as premissas do argumento de Puar. Ao mesmo tempo em que concorda com sua crítica das reivindicações nacionalistas entre alguns grupos LGBT, ele mostra que Puar idealiza aqueles que ela chama de "sujeito sexualmente não normalizado racialmente".[1] Perreau explica que "a desconstrução das normas não pode ser dissociada de sua reprodução".[20]