Iemanjá
Divindade da Fertilidade / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Iemanjá (Yemọjá na Nigéria, Yemayá em Cuba ou ainda Dona Janaína no Brasil; ver seção Nome e Epítetos) é o orixá dos ebás, divindade da fertilidade originalmente associada aos rios e desembocaduras. Seu culto principal estabeleceu-se em Abeocutá após migrações forçadas, tomando como suporte o rio Ogum de onde manifesta-se em qualquer outro corpo de água. Também é reverenciada em partes da América do Sul, Caribe e Estados Unidos. Sendo identificada no merindilogum pelos Odus irossum,[2][3] Ossá[4] e Ogundá,[5] é representada materialmente pelo assentamento sagrado denominado Ibá de Iemanjá. Manifesta-se em iniciados em seus mistérios (eleguns) através de incorporação ou transe.
Iemanjá | |
---|---|
Traje de Iemanjá fabricado pelo Janail Peixoto no Museu Nacional das Culturas Mundiais. | |
Yemanjá . Yemonjá . Yemọjá . Yemayá | |
Atributos | Mãe dos peixes, divindade da fertilidade, maternidade e das águas dos rios. Protetora das crianças e idosos. Padroeira dos pescadores. |
Símbolos | abebé prateado,[1] alfange, agadá (espada), obé (espada), peixe, couraça de guerra, adê (coroa com franjas de miçangas),[2] idés (braceletes ou pulseiras de argola), pedras do mar e conchas |
Sincretismo | Nossa Senhora da Conceição, em Pernambuco e São Paulo Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro Nossa Senhora dos Navegantes, na Bahia e no Rio Grande do Sul |
É reverenciada no Candomblé, Santeria, Umbanda, Xangô de Pernambuco, Batuque, Xambá, Culto Tradicional de Ifá, Regla de Ocha, Omolocô, Terecô, Vodu haitiano e Vodu da Luisiana. |
Celebrada em Ifé como filha de Olocum a divindade dos mares, essa simbiose lendária foi enaltecida no processo da diáspora africana resultando na assimilação de Iemanjá dos atributos da água salgada, sendo o motivo para a sua associação aos mares no Novo Mundo. Com o sincretismo de outras divindades e de influências europeias, foi imbuída de inúmeros atributos e poderes em uma grande variedade de cultos. O seu arquétipo maternal consolidou-se sobretudo como Mãe de todos os Orixás. Iemanjá nas palavras de D. M. Zenicola, "representa o poder progenitor feminino; é ela que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal, a Mãe do Mundo".[6]
No Brasil considerado o orixá mais popular festejado com festas públicas, desenvolveu profunda influência na cultura popular, música, literatura e na religião, adquirindo progressivamente uma identidade consolidada pelo Novo Mundo conforme pode ser observado em suas representações nos mais diversos âmbitos que em sua imagem reuniram as "três raças". Figura na Dona Janaína uma personalidade à parte, sedutora, sereia dos mares nordestinos, com cultos populares simbólicos e acessíveis que muitas vezes não expressam necessariamente uma liturgia. Nessa visão, segundo T. Bernardo Iemanjá "(...)é mãe e esposa. Ela ama os homens do mar e os protege. Mas quando os deseja, ela os mata e torna-os seus esposos no fundo do mar".[7]