Imagem mental
representação mental de objeto, evento ou cena, sem estímulo sensorial direto / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Uma imagem mental ou figura mental é uma experiência que, na maioria das vezes, se assemelha significativamente à experiência de perceber visualmente algum objeto, evento ou cena (experiência quase sensória ou quase perceptual), mas ocorre quando o objeto, evento ou cena relevante não está realmente presente aos sentidos.[1][2][3][4] Apesar de muitas vezes envolver vontade ativa na sua produção, no que se chama "visualização" e em usos de imaginação, há também ocorrências involuntárias.[4][5] Às vezes, ocorrem episódios, particularmente ao se adormecer (imagens hipnagógicas) e acordar (hipnopômpicas), quando as imagens mentais, de caráter rápido, fantasmagórico e involuntário, desafiam a percepção, apresentando um campo caleidoscópico em que nenhum objeto distinto pode ser discernido.[6] As imagens mentais às vezes podem produzir os mesmos efeitos que seriam produzidos pelo comportamento ou experiência imaginada.[7]
A natureza dessas experiências, o que as torna possíveis e sua função (se houver) há muito que são objeto de pesquisa e controvérsia em filosofia, psicologia, ciência cognitiva e, mais recentemente, neurociência.[8][4][9] Conforme pesquisadores contemporâneos usam a expressão, imagens ou imagética mental pode compreender informações de qualquer fonte de estímulos sensoriais; pode-se experimentar imagens auditivas,[10] imagens olfativas,[11] e assim por diante. No entanto, a maioria das investigações filosóficas e científicas do tópico se concentra nas imagens mentais visuais. A experienciação da representação pictórica já foi descrita por Stephen Kosslyn como "ver com os olhos da mente" ou como um "observador interno", e sua discussão gerou amplos debates e diversas posições sobre até que ponto seu caráter de experiência subjetiva envolve chamados qualias, propriedades fenomênicas ou se há proposições conceituais envolvidas ao fundo, e qual é sua organização cognitiva no processo de formação da imagem mental.[8][4] Algumas vezes foi assumido que, como os humanos, alguns tipos de animais são capazes de experimentar imagens mentais.[12][5] Devido à natureza fundamentalmente introspectiva do fenômeno, há pouca ou nenhuma evidência a favor ou contra essa visão.
Filósofos como George Berkeley e David Hume, e psicólogos experimentais iniciais como Wilhelm Wundt e William James, entendiam ideias em geral como imagens mentais. Hoje acredita-se muito amplamente que muitas imagens funcionam como representações mentais (ou modelos mentais), desempenhando um papel importante na memória e no pensamento.[13][14][15][16] William Brant (2013, p. 12) traça o uso científico da frase "imagens mentais" ao discurso de John Tyndall em 1870, chamado "Uso Científico da Imaginação". Alguns chegaram a sugerir que as imagens são melhor compreendidas como sendo, por definição, uma forma de representação interior, mental ou neural;[17][18] no caso de imagens hipnagógicas e hipnopômpicas, elas não são representativas. Outros rejeitam a visão de que a experiência da imagem pode ser idêntica a (ou causada diretamente por) qualquer representação na mente ou no cérebro,[19][20][21][9][22][23] mas não consideram as formas não representacionais de imagens.