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Império Bizantino

designação do Império Romano do Oriente durante a Antiguidade Tardia e Idade Média / De Wikipedia, a enciclopédia livre

O Império Bizantino foi a continuação do Império Romano na Antiguidade Tardia e Idade Média. Sua capital, Constantinopla (atual Istambul), originalmente era conhecida como Bizâncio. Inicialmente parte oriental do Império Romano[1] (comumente chamada de Império Romano do Oriente no contexto), sobreviveu à fragmentação e ao colapso do Império Romano do Ocidente no século V e continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até sua queda diante da expansão dos turcos otomanos em 1453. Foi conhecido simplesmente como Império Romano (em grego: Βασιλεία τῶν Ῥωμαίων; romaniz.: Basileía tôn Rhōmaíōn; em latim: Imperium Romanum) ou România (em grego: Ῥωμανία; romaniz.: Rhōmanía) por seus habitantes e vizinhos.

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Império Bizantino

Império Romano do Oriente
Βασιλεία ῬωμαίωνVasilía Roméon
Imperium Romanum

Império

395 — 1453 
Bandeira da dinastia paleóloga
Bandeira da dinastia paleóloga
 
Emblema imperial da dinastia paleóloga
Emblema imperial da dinastia paleóloga
Bandeira da dinastia paleóloga Emblema imperial da dinastia paleóloga
The_Byzantine_State_under_Justinian_I-pt.svg
Império Bizantino em seu zênite sob Justiniano
Coordenadas de Constantinopla 41° N 28° 58' E
Região Bacia do Mediterrâneo
Capital Constantinopla

Idiomas oficiais
Religiões
Moeda soldo (+ outras)

Forma de governo Autocracia
Imperador
 395–408  Arcádio
 1449–1453  Constantino XI

Período histórico
 11 de maio de 330  Fundação de Constantinopla
 17 de janeiro de 395  Cisão do Império Romano
 1054  Grande Cisma
 1204  Queda de Constantinopla à Quarta Cruzada
 1204–1261  Exílio (Império de Niceia)
 1261  Reconquista de Constantinopla
 29 de maio de 1453  Queda de Constantinopla

População
 • 565   26 000 000  (est.)
 • 780   7 000 000  (est.)
 • 1025   12 000 000  (est.)
 • 1143   10 000 000  (est.)
 • 1282 [♦]   5 000 000  (est.)

[♦] ^ Ver população do Império Bizantino para dados mais detalhados.
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Como a distinção entre o Império Romano e o Império Bizantino é em grande parte uma convenção moderna, não é possível atribuir uma data de separação. Vários eventos do século IV ao século VI marcaram o período de transição durante o qual as metades oriental e ocidental do Império Romano se dividiram.[2] Em 285, o imperador Diocleciano (r. 284–305) dividiu a administração imperial em duas metades. Entre 324 e 330, Constantino (r. 306–337) transferiu a capital principal de Roma para Bizâncio, conhecida mais tarde como Constantinopla ("Cidade de Constantino") e Nova Roma.[nt 1] Sob Teodósio I (r. 379–395), o cristianismo tornou-se a religião oficial do império e, com sua morte, o Estado romano dividiu-se definitivamente em duas metades, cada qual controlada por um de seus filhos. E finalmente, sob o reinado de Heráclio (r. 610–641), a administração e as forças armadas do império foram reestruturadas e o grego foi adotado em lugar do latim. Em suma, o Império Bizantino se distingue da Roma Antiga na medida em que foi orientado à cultura grega em vez da latina e caracterizou-se pelo cristianismo ortodoxo em lugar do politeísmo romano.[4][5][6][7]

As fronteiras do império mudaram muito ao longo de sua existência, que passou por vários ciclos de declínio e recuperação. Durante o reinado de Justiniano (r. 527–565), alcançou sua maior extensão após reconquistar muito dos territórios mediterrâneos antes pertencentes à porção ocidental do Império Romano, incluindo o norte da África, península Itálica e parte da Península Ibérica. Durante o reinado de Maurício (r. 582–602), as fronteiras orientais foram expandidas e o norte estabilizado. Contudo, seu assassinato causou um conflito de duas décadas com o Império Sassânida que exauriu os recursos do império e contribuiu para suas grandes perdas territoriais durante as invasões muçulmanas do século VII. Durante a dinastia macedônica (século X–XI), o império expandiu-se novamente e viveu um renascimento de dois séculos, que chegou ao fim com a perda de grande parte da Ásia Menor para os turcos seljúcidas após a derrota na Batalha de Manziquerta (1071).

No século XII, durante a Restauração Comnena, o império recuperou parte do território perdido e restabeleceu sua dominância. No entanto, após a morte de Andrônico I Comneno (r. 1183–1185) e o fim da dinastia comnena no final do século XII, o império entrou em declínio novamente. Recebeu um golpe fatal em 1204, no contexto da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos concorrentes. Apesar de Constantinopla ter sido reconquistada e o império restabelecido em 1261, sob os imperadores paleólogos, o império teve que enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos para sobreviver. Paradoxalmente, este período foi o mais produtivo culturalmente de sua história.[1] Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda mais a força do já enfraquecido império e mais territórios foram perdidos nas guerras bizantino-otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na conquista dos territórios remanescentes pelo Império Otomano no século XV.