Independência do Brasil
processo histórico de separação política entre Brasil e Portugal de 1821–25 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Independência do Brasil foi o processo histórico de separação entre o então Reino do Brasil e o Reino de Portugal e Algarves, que ocorreu no período de 1821 a 1825, colocando em violenta oposição as duas partes (pessoas a favor e contra). As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, instaladas em 1820, como consequência da Revolução Liberal do Porto, tomam decisões, a partir de 1821, que tinham como objetivo reduzir a autonomia adquirida pelo Brasil, o que na prática o faria retornar ao seu antigo estatuto colonial.
Independência do Brasil | |
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Independência ou Morte, do pintor paraibano Pedro Américo (óleo sobre tela, 1888). | |
Outros nomes | Proclamação da Independência |
Participantes | Pedro de Alcântara de Bragança José Bonifácio de Andrada e Silva Maria Leopoldina de Habsburgo-Lorena Joaquim Gonçalves Ledo |
Localização | Riacho do Ipiranga, São Paulo |
Data | 1821 - 1825 |
Resultado | Separação política do Reino do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e instituição do Império do Brasil. |
Em 1807, o exército francês invadiu o Reino de Portugal, que se recusava a participar do bloqueio continental contra o Reino Unido. Incapaz de resistir ao ataque, a família real e o governo português fugiram para o Brasil, que era então a mais rica e desenvolvida das colônias portuguesas.[1][2] A instalação da Casa da Suplicação e de outros órgãos públicos do governo da metrópole portuguesa no Rio de Janeiro representou uma série de transformações políticas, econômicas e sociais que levaram à decisão do Príncipe Regente D. João Maria de Bragança (futuro Rei D. João VI de Portugal), em 16 de dezembro de 1815, de elevar o Brasil à condição de reino, unido com sua ex-metrópole.[3]
Porém, em 1820, a revolução liberal eclodiu em Portugal e a família real foi forçada a retornar a Lisboa. Antes de deixar o Brasil, no entanto, o agora Rei D. João VI nomeou o seu filho mais velho, D. Pedro de Alcântara de Bragança, como Príncipe Regente do Brasil (1821). Embora Dom Pedro fosse fiel ao pai, a vontade das cortes portuguesas em repatriá-lo (incluindo rebaixar Pedro de príncipe-regente para governador-de-armas, ou seja, um mero comandante militar do Exército Português, não ocupando mais nenhum cargo político) e de retornar o Brasil ao seu antigo estatuto colonial o levou a rebelar-se. Oficialmente, a data comemorada para independência do Brasil é de 7 de setembro de 1822, ocasião em que ocorreu o evento conhecido como o Grito do Ipiranga, às margens do riacho Ipiranga na cidade de São Paulo. Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi aclamado D. Pedro I, Imperador do Brasil, sendo coroado e consagrado em 1º de dezembro de 1822, e o país passou a ser conhecido como o Império do Brasil.
Durante a guerra de independência — iniciada com a expulsão dos exércitos portugueses de Pernambuco em 1821 — formou-se o Exército Brasileiro, a partir da contratação de mercenários, alistamento de civis e de algumas tropas coloniais portuguesas. O exército imediatamente se opôs às forças portuguesas, que controlavam algumas partes da nação, a saber, nas então províncias Cisplatina (atual Uruguai), da Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará. Recorde-se que a maior parte da oficialidade das tropas brasileiras era de origem portuguesa.[4][5][6][7] Ao mesmo tempo que o conflito tomava lugar, ocorreu em Pernambuco e outras províncias da atual região Nordeste um movimento revolucionário conhecido como a Confederação do Equador, que pretendia formar seu próprio país, com governo republicano, mas foi duramente reprimido pelas tropas que recebiam ordens do monarca que vivia no Sudeste.
O número de combatentes na guerra de independência brasileira foi maior do que o número de combatentes nas batalhas ocorridas nas guerras de libertação da América Espanhola, da mesma época.[8] Apesar disto, não há estatísticas confiáveis em relação à precisão do número de mortes em combate. A soma das oficialmente confirmadas com as inferidas pelas informações sobre os confrontos ocorridos (porém sem registros oficiais da época), dão a estimativa que a guerra de independência brasileira tenha custado entre 2 000 e 3 000 mortos.[9]
Depois de quatro anos de conflito, Portugal finalmente reconheceu a independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. Em troca do reconhecimento como estado soberano, o Brasil se comprometeu a pagar ao Reino de Portugal uma indenização substancial e assinar um tratado de comércio com o Reino Unido como indenização por sua mediação.