Infecção do trato urinário
infeção que afeta parte do trato urinário / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Uma infeção do trato urinário (ITU) é uma infeção que afeta parte do trato urinário.[1] Quando afeta a parte inferior do trato urinário denomina-se cistite ou infeção da bexiga. Quando afeta a parte superior do trato urinário denomina-se pielonefrite ou infeção do rim.[9] Os sintomas mais comuns das infeções do trato urinário inferior são dor ao urinar, micção frequente e sentir vontade de urinar apesar de a bexiga estar vazia.[1] Os sintomas mais comuns de uma infeção dos rins são idênticos aos do trato inferior, acrescidos de febre e dor nos lados do abdómen.[9] São raros os casos em que se verifica sangue na urina.[6] Em pessoas muito novas ou idosas, os sintomas podem ser vagos e não específicos.[1][10]
Infeção do trato urinário | |
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Microscopia onde se observa vários leucócitos na urina de uma pessoa com infeção urinária | |
Sinónimos | Cistite aguda, cistite simples, infeção da bexiga, bacteriuria sintomatica |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Dor ao urinar, micção frequente, sentir vontade de urinar mesmo com a bexiga vazia[1] |
Causas | Na maior parte dos casos Escherichia coli[2] |
Fatores de risco | Sexo feminino, relações sexuais, diabetes, obesidade, antecedentes familiares[2] |
Método de diagnóstico | Com base nos sintomas, urocultura[3][4] |
Condições semelhantes | Vulvovaginite, uretrite, doença inflamatória pélvica, cistite intersticial[5] |
Tratamento | Antibióticos (nitrofurantoína ou trimetoprim/sulfametoxazol)[6] |
Frequência | 152 milhões (2015)[7] |
Mortes | 196 500 (2015)[8] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | N39.0 |
CID-9 | 599.0 |
CID-11 | 1460844182 |
DiseasesDB | 13657 |
MedlinePlus | 000521 |
eMedicine | emerg/625 emerg/626 |
MeSH | D014552 |
Leia o aviso médico |
A causa mais comum de infeção é a bactéria Escherichia coli, embora alguns casos raros possam ser causados por outras bactérias ou fungos.[2] Os factores de risco incluem sexo feminino, relações sexuais, diabetes, obesidade e antecedentes familiares da doença.[2] Embora as relações sexuais sejam um fator de risco, as ITU não são classificadas como infeção sexualmente transmissível.[11] As infeções do rim geralmente ocorrem na sequência de uma infeção da bexiga, embora possam também ser causadas por bactérias no sangue.[12] O diagnóstico de mulheres jovens pode ser baseado apenas nos sintomas.[4] Em pessoas com sintomas vagos, o diagnóstico pode ser difícil, dado que pode haver presença de bactérias sem sinais de infeção.[13] Em casos complicados ou quando o tratamento não está a ser eficaz, pode ser necessária uma cultura de urina.[3]
Em casos não complicados, as ITU são tratadas com antibióticos de curta duração como nitrofurantoína ou trimetoprim/sulfametoxazol.[6] No entanto, está a aumentar a resistência antibiótica a muitos dos antibióticos usados para tratar esta condição.[1] Em casos complicados, podem ser necessários antibióticos de longa duração ou administrados por via intravenosa.[6] Quando os sintomas não melhoram em dois ou três dias, podem ser necessários mais exames de diagnóstico.[3] A fenazopiridina pode ajudar a aliviar os sintomas.[1] Em pessoas com presença de bactérias ou leucócitos na urina, mas sem sintomas, geralmente não são necessários antibióticos,[14] embora o possam ser durante a gravidez.[15] Em pessoas com infeções frequentes, podem ser administrados antibióticos de curta duração assim que os sintomas se manifestam, ou administrados antibióticos de longa duração como medida de prevenção.[16]
Em cada ano, cerca de 150 milhões de pessoas desenvolvem uma infeção do trato urinário.[2] A condição é mais comum entre mulheres do que entre homens.[6] Nas mulheres, são a forma mais comum de infeções bacterianas.[17] Em cada ano, cerca de 10% das mulheres desenvolvem uma ITU e metade de todas as mulheres contrai uma ITU pelo menos uma vez na vida.[6][4] As ITU são mais frequentes entre os 16 e 35 anos de idade.[6] As recorrências são comuns.[6] As infeções do trato urinário têm sido descritas desde a Antiguidade. A primeira descrição documentada encontra-se no Papiro Ebers, datado de 1550 a.C.[18]