João III de Jerusalém foi o patriarca de Jerusalém entre 516 e 524. Um monofisista, ele retornou à ortodoxia após se tornar patriarca, anatemizando todos os adversários do Concílio de Calcedônia.[1]

Factos rápidos
João III de Jerusalém
Nascimento século V
Sebaste
Morte 20 de abril de 524
Jerusalém
Nacionalidade Império Bizantino
Progenitores Mãe: ?
Pai: Marciano
Ocupação bispo
Religião Catolicismo
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Vida e obras

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Semisse de Anastácio I (r. 491–518)
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Soldo de Justino I (r. 518–527)

João era filho de Marciano, o bispo de Sebaste, na Samaria. Antes de assumir o patriarcado, foi bispo dali e era partidário dos ortodoxos orientais.[2] Devido a seus pendores monofisistas, sua elevação se deu por ordem do imperador bizantino Anastácio I Dicoro (r. 491–518) após o banimento do calcedoniano Elias, que apoiou o banido e também calcedoniano patriarca antioqueno Flaviano II de Antioquia. Sua nomeação deu-se em 1 de setembro por intermédio do duque da Palestina Olimpo.[3] Logo que assumiu o posto patriarcal, no entanto, foi convencido pelo arquimandrita São Savas a retornar à ortodoxia.[4]

Em 516/517,[a] devido sua recusa a comungar com o patriarca antioqueno Severo I (r. 512–538), que era aderente do monofisismo, foi preso pelo duque Anastácio. No entanto, aproveitando-se dos aproximados 1 000 bispos reunidos por São Savas em Jerusalém por este tempo, confirmou sua ortodoxia calcedoniana, obrigando Anastácio a fugir para Cesareia Marítima.[5] Em 8 ou na madrugada de 9 para 10 de julho de 518, o imperador Anastácio I faleceu e foi sucedido por Justino I (r. 518–527), que logo em 15 ou 16 de julho anunciou suas tendências calcedonianas.[6]

Em 20 de julho de 518, um sínodo foi realizado em Constantinopla e cartas foram emitidas e enviadas pelo patriarca constantinopolitano João II (r. 518–520) aos principais líderes religiosos do Império Bizantino. Nesse ano, ao receber uma das epístolas, João III convocou um sínodo em 6 de agosto, em meio as celebrações pela ascensão de Justino I.[7] Ele foi frequentado por São Savas e seguiu os exemplos de Constantinopla:[6] os bispos aceitaram as determinações do sínodo de 20 de julho, bem como a fórmula do papa Hormisda (r. 514–523), anatemizando Severo I.[4][8]

João apelou para São Savas e outros chefes dos mosteiros dos deserto para que levassem as cartas imperiais para Cesareia Marítima e Citópolis e então gravassem os quatro concílios da Igreja nas listas sagradas destas localidades, tal como foi feito em Jerusalém durante o sínodo.[7] De acordo com Cirilo de Citópolis, João morreu em 20 de abril de 524.[2]

Notas

[a] ^ A data de 516/517 é fornecida pelos autores da Prosopografia do Império Romano Tardio e é endossada por Zeidan Abdel-Kafi Kafafi.[9] Denis Deriev, por sua vez, sugere que os eventos descritos para essa data tenham ocorrido em 518.[10]

Referências

  1. Teófanes, o Confessor, "Cronografia", ed. de Boors, Lípsia, 1883-1885, I, 156)
  2. «Who was a Christian in Holy Land?: J». Consultado em 22 de dezembro de 2015. Arquivado do original em 25 de março de 2017
  3. Martindale 1980, p. 80-81.
  4. Patrich 1995, p. 309.
  5. Kafafi 2007, p. 174.

Bibliografia

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