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evento da invasão da Ucrânia pela Rússia de 2022 Da Wikipédia, a enciclopédia livre
No dia 11 de novembro de 2022, o Exército da Ucrânia conseguiu retomar a cidade de Quérson e outras áreas da região de Quérson e de Micolaíve, do lado direito do rio Dnipro. As Forças Armadas da Rússia, que ocupavam a cidade desde 2 de março, se retiraram para o lado esquerdo do rio durante os dias 9 a 11 de novembro de 2022.[1][3][4][5]
Libertação de Quérson | |||
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Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 | |||
Data | 9–11 de novembro de 2022[1][2] | ||
Local | Sul da Ucrânia | ||
Desfecho | Libertação da margem direita do oblast de Quérson e do oblast de Micolaíve (exceto a Península de Kinburn). | ||
Beligerantes | |||
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No âmbito da invasão da Ucrânia pela Rússia, as forças russas cercaram a cidade de Quérson no final de fevereiro e a ocuparam em 2 de março de 2022, após intensos combates no dias anteriores.[6]
Em setembro de 2022, a Rússia anunciou a anexação do oblast, juntamente com outros três, numa ação amplamente condenada.[7]
Em 9 de novembro, o general russo Serguei Surovikin anunciou a retirada das tropas de Quérson e da margem oeste do rio Dnipro.[2][8][9] Ele alegou que a decisão foi motivada pelo fato de que Quérson e os assentamentos próximos não estavam sendo devidamente abastecidos e os civis estavam em perigo devido aos bombardeios ucranianos.[10]
No dia 10 de novembro, um vídeo surgiu mostrando o que parecia ser a bandeira ucraniana tremulando em Snihurivka.[11] As forças ucranianas também reconquistaram o controle da vila de Kyselivka, localizada a quinze quilômetros a noroeste de Quérson.[12] No mesmo dia, o Comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi, afirmou que as forças ucranianas haviam retomado 41 assentamentos próximos a Quérson desde 1.º de outubro.[13]
Autoridades ucranianas estimaram que metade dos soldados russos haviam sido retirados para o outro lado do rio Dnipro até a noite de 10 de novembro.[1] Na madrugada de 11 de novembro, soldados de infantaria russos foram vistos atravessando uma ponte flutuante em direção à margem leste.[1] Tanques e colunas ucranianas avançaram em direção a Quérson propriamente dita, passando por várias cidades, vilas e subúrbios, onde foram recebidos por civis aplaudindo e agitando bandeiras.[1]
À medida que as tropas russas recuavam através do rio Dnipro, as tropas ucranianas avançavam ainda mais no oblast de Quérson e nas áreas circundantes.[1] O Ministério da Defesa da Rússia afirmou, em 11 de novembro, que todos os soldados (aproximadamente 30 mil) e todo o equipamento militar haviam sido movidos com sucesso através do rio em uma retirada ordenada.[1][14] Vários analistas e especialistas consideraram logisticamente impossível realizar uma manobra tão grande e complexa em apenas três dias.[1] O Ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse à Reuters: "Não é tão fácil retirar essas tropas de Quérson em um ou dois dias. Pelo menos uma semana será necessário para movê-las todas" (cerca de 40 mil, segundo sua estimativa).[15][1]
As Forças Armadas da Ucrânia entraram na cidade em 11 de novembro.[16] Mais tarde, nesse mesmo dia, as forças ucranianas libertaram Quérson e o restante da margem direita do oblast.[14] Houve receio de que as forças russas pudessem ter preparado uma emboscada, por isso o avanço das tropas ucranianas foi cauteloso.[4] Assim como em outras áreas libertadas, os ucranianos que chegaram encontraram minas e armadilhas explosivas, representando perigo tanto para os soldados quanto para os civis.[2] No dia 11 de novembro, o Exército ucraniano estava trabalhando para desativá-las, mas várias pessoas ficaram feridas por esses dispositivos e pelo menos uma pessoa foi morta.[17] Conforme as tropas ucranianas avançavam pela cidade, não parecia ter sido preparada nenhuma emboscada, com alguns observadores descrevendo a retirada desordenada como uma "fuga".[4]
Ao se retirarem, as forças russas cederam o controle de cerca de 40% do oblast de Quérson para a Ucrânia.[14] A perda de Quérson foi amplamente considerada um golpe significativo para Vladimir Putin, que em 30 de setembro afirmou que Quérson seria "parte da Rússia para sempre".[18] Em 12 de novembro, as forças de ocupação declararam Henichesk, uma cidade portuária no Mar de Azove, como a "capital administrativa temporária da região de Quérson".[19] Durante a retirada, os soldados russos levaram os ossos do príncipe Gregório Alexandrovich Potemkin, do século XVIII, considerado o fundador moderno da cidade, da Catedral de Santa Catarina.[20]
Inicialmente, a maioria dos habitantes da cidade estava eufórica, celebrando a retirada russa em público e recebendo as forças ucranianas como libertadoras, enquanto outros estavam preocupados com o futuro.[21] Um residente de Quérson disse: "Quero comemorar, mas algo me diz que ainda não acabou. Os russos não podem desistir tão facilmente, não depois de tudo o que aconteceu. Estou com medo do inverno e preocupo-me que a cidade se torne um campo de batalha. Estaremos na linha de frente".[22] Analistas militares afirmaram que havia o perigo de os russos bombardearem Quérson com artilharia a partir da margem leste do rio Dnipro.[21]
Em 14 de novembro, Zelensky fez uma visita não anunciada a Quérson e falou para uma multidão de várias centenas de moradores, dizendo: "Estamos, passo a passo, chegando a todo o nosso país... Estou feliz por estarmos em Quérson".[23] A NOS descreveu a situação no local como "uma espécie de cessar-fogo não declarado. Que ambos os beligerantes fizeram uma espécie de pausa e não estão atirando intensamente um no outro".[24] Aleksandr Dugin, o ideólogo do nacionalismo russo e do eurasianismo, criticou abertamente Vladimir Putin por não ter defendido "cidades russas" como Quérson.[25]
Antes da guerra, Quérson tinha cerca de 300 mil habitantes, mas no final da ocupação russa, restavam apenas cerca de 80 mil pessoas.[26] Muitos civis haviam fugido, enquanto alguns foram mortos durante a ocupação russa.[26] No final de outubro de 2022, as forças militares russas "evacuaram" pelo menos 70 mil civis de Quérson para a margem leste do rio Dnipro; as autoridades ucranianas alegaram que essas realocações foram forçadas e as chamaram de "deportações".[27] Após a retomada da cidade pela Ucrânia, cerca de 25 pessoas morreram devido a minas e munições explosivas até 19 de novembro.[26]
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