Mario Andretti
ex-automobilista ítalo-estadunidense, campeão mundial de Fórmula 1 em 1978 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Mario Gabrielle Andretti (Montona, 28 de fevereiro de 1940) é um ex-piloto norte-americano de ascendência italiana. É considerado uma das maiores lendas do automobilismo dos Estados Unidos, e um dos poucos pilotos americanos a obter sucesso também no exterior: foi campeão mundial de Fórmula 1 em 1978. Ele é um dos apenas dois pilotos que já ganharam corridas na Fórmula 1, IndyCar, World Sportscar Championship e NASCAR (o outro sendo Dan Gurney). Ele também ganhou corridas em midget cars e sprint cars. Durante sua carreira, Andretti ganhou o campeonato de 1978 da Fórmula 1, 4 títulos da IndyCar (três sob a tutela da United States Auto Club - USAC e uma sob a tutela da CART) e IROC VI. Ele é uma das únicas 4 pessoas a integrar o seleto grupo de pilotos que encerraram suas carreiras sendo campeões da Formula Indy e da Formula 1, e continua a ser o único piloto vencedor das 500 milhas de Indianápolis (Indianapolis 500 de 1969), Daytona 500 (em 1967) e o Campeonato Mundial de Fórmula 1. Também compartilha apenas com Juan Pablo Montoya o feito de ter vencido uma corrida na NASCAR Sprint Cup Series, na Fórmula 1 e nas 500 Milhas de Indianápolis. A última vitória americana na Fórmula 1 foi de Andretti no Grande Prêmio dos Países Baixos de 1978.[1] Andretti teve 109 vitórias na carreira em circuitos oficiais.[2]
Mario Andretti | |
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Informações pessoais | |
Nome completo | Mario Gabrielle Andretti |
Nacionalidade | italiano norte-americano |
Nascimento | 28 de fevereiro de 1940 (84 anos) Montona, Itália (atual Motovun, Croácia) |
Parentesco | Marco Andretti (neto) |
Filhos | Michael Andretti |
Registros na Fórmula 1 | |
Temporadas | 1968–1972 1974–1982 |
Equipes | (Team Lotus, March, Ferrari, Parnelli, Alfa Romeo e Williams) |
GPs disputados | 131 (128 largadas) |
Títulos | 1 (1978) |
Vitórias | 12 |
Pódios | 19 |
Pontos | 180 |
Pole positions | 18 |
Voltas mais rápidas | 10 |
Primeiro GP | GP dos Estados Unidos de 1968 |
Primeira vitória | GP da África do Sul de 1971 |
Última vitória | GP dos Países Baixos de 1978 |
Último GP | GP de Las Vegas de 1982 |
Registros na Champ Car | |
Temporadas | 1979-1994 |
Equipes | Penske, Patrik e Newman/Haas |
Títulos | 1 (1984) |
Vitórias | 19 |
Registros nas 24 Horas de Le Mans | |
Edições | 1966-67, 1983, 1988, 1995-97, 2000 |
Melhor resultado | 2º (1995) |
Vitórias em classe(s) | 1 (1995) |
Ele também está no seleto grupo de pilotos que, em uma mesma temporada, venceu corridas em circuitos mistos, circuitos ovais e pistas de terra, uma façanha que ele foi capaz de realizar quatro vezes e que somente outros três pilotos já conquistaram.[3] Com sua vitória final da IndyCar em abril de 1993, Andretti se tornou o primeiro piloto a vencer corridas de IndyCar em quatro décadas diferentes[4] (considerando as décadas antecessoras 60, 70, 80 e então a de 90). Andretti foi o primeiro competidor a vencer corridas de automóveis de qualquer tipo em cinco modalidades distintas.[3]
Na cultura popular americana, seu nome tornou-se sinônimo de velocidade (speed em inglês), similar ao Barney Oldfield, no início do século XX, e Stirling Moss, do Reino Unido.[5]
Mario e seu irmão gêmeo Aldo nasceram em Montona, na península da Ístria (atualmente conhecida como Motovun - Croácia), que estava sob domínio italiano desde a Primeira Guerra Mundial. Foi anexada pela Iugoslávia após a Segunda Guerra Mundial e, como muitas outras famílias da região, a família de Mario Andretti se exilou em 1948. Na cidade italiana de Ancona, Mario teve seu primeiro contato com um carro de corrida: um Fórmula Júnior. A família viajou para os Estados Unidos em 1955. Conforme informação presente no The Official Andretti Family Website, foi então que Mario começou sua carreira automobilística. Em 1959, aos 19 anos, Mario e seu irmão gêmeo Aldo prepararam um carro de Stock Car e começaram a disputar corridas em um circuito oval amador de terra batida que ficava quase no quintal de casa, na cidade de Nazareth. Logo nas quatro primeiras provas, cada um dos gêmeos obteve duas vitórias. Nos anos seguintes, ainda correndo em pistas de terra, Mario pilotou sprint cars e midgets.
Em 1964, Mario se naturalizou norte-americano, e no mesmo ano estreou no campeonato da USAC, uma categoria precursora da Fórmula Indy. Em 1965 obteve sua primeira vitória, no Hoosier Grand Prix, foi o terceiro colocado nas 500 Milhas de Indianápolis e sagrou-se campeão da categoria. No ano seguinte foi campeão outra vez. A primeira (e única) vitória na prova mais tradicional do automobilismo mundial veio em 1969, ano em que também conquistou o tricampeonato.
O primeiro contato de Andretti com a Fórmula 1 foi em 1965, quando conheceu Colin Chapman, dono da equipe Lotus, que estava disputando as 500 Milhas de Indianápolis com o piloto escocês Jim Clark. O ítalo-americano revelou seu interesse em disputar a categoria maior do automobilismo mundial e ouviu de Chapman: "quando estiver pronto, me avise". Em 1968 Andretti considerou que estava pronto, e estreou na categoria fazendo a pole position para o Grande Prêmio dos Estados Unidos em Watkins Glen.
Durante alguns anos, Andretti manteve sua carreira concentrada nos Estados Unidos e disputou corridas de Fórmula 1 apenas esporadicamente com as equipes March, Lotus e Ferrari. Sua primeira vitória aconteceu na estreia com a equipe italiana, no Grande Prêmio da África do Sul de 1971.[carece de fontes?] Nesse ano, foi vencedor da chamada Questor Race, que foi uma corrida que misturou carros e pilotos da F-1 e da USAC.[6] Só em 1975 Andretti finalmente disputou uma temporada inteira de Fórmula 1, pela equipe americana Parnelli --- ainda assim, faltou a duas corridas. Em 1976, após a desistência da equipe americana de disputar a Fórmula 1, Andretti assinou contrato com a Lotus e participou do desenvolvimento dos Lotus 78 e 79, os carros-asa, que lhe deram o título de 1978 com seis vitórias. A vitória do campeonato, porém, foi parcialmente ofuscada pela morte do companheiro de equipe de Mario, Ronnie Peterson, no Grande Prêmio da Itália.
Nos anos seguintes, Andretti não teve mais vitórias na Fórmula 1. Depois de dois anos de pouco desenvolvimento na Lotus, partiu para a equipe da Alfa Romeo em 1981 para mais uma temporada fracassada. Em 1982, disputou uma prova para a Williams depois que Carlos Reutemann abandonou a categoria abruptamente, e nas duas últimas provas do ano substituiu na Ferrari o francês Didier Pironi, seriamente ferido em um acidente nos treinos para o Grande Prêmio da Alemanha. No GP da Itália, fez a pole-position e terminou em terceiro lugar.
Sem maiores esperanças na Fórmula 1, Andretti voltou suas atenções para o campeonato de Fórmula Indy a partir de 1982 e em 1984 foi campeão pela primeira e única vez na categoria.
Desde a época dos circuitos de terra, Andretti adquiriu fama de ser rápido em qualquer categoria. Correndo com stock cars e esporte-protótipos, venceu as 12 Horas de Sebring em 1967, 1970 e 1972, ano em que também venceu as 24 Horas de Daytona.
Andretti disputou as 24 Horas de Le Mans em quatro décadas diferentes. Em 1966 e 1967 pilotou o lendário Ford GT40 mas não terminou a prova em nenhuma das ocasiões. Em outras sete tentativas após estas, foi o terceiro colocado em 1983 e segundo em 1995. A última aparição de Andretti nas 24 Horas de Le Mans foi em 2000, ao volante de um Panoz LMP-1 Roadster-S.
Apesar da vitória em 1969, Mario sempre colecionou decepções nas 500 Milhas de Indianápolis, prova que só conseguiu terminar cinco vezes. Em 1981, chegou a ser declarado vencedor após a desclassificação do primeiro colocado Bobby Unser por ultrapassagem sob bandeira amarela, mas a equipe Penske de Unser recorreu e, quatro meses depois, a desclassificação foi substituída por uma multa.
Em 1985 assumiu a liderança da prova quando o então líder Danny Sullivan rodou sozinho --- mas, em manobra histórica, Sullivan conseguiu controlar o carro, trocou os pneus, e em poucas voltas retomou a liderança. Em 1992 Mario sofreu um grave acidente nas 500 Milhas que lhe quebrou os tornozelos.
Em 2003, fazendo um teste de pneus para a equipe de seu filho Michael durante os treinos para as 500 Milhas, aos 63 anos, Mario passou por cima de detritos do carro de Kenny Bräck, que acabara de bater, e isso fez seu carro levantar voo a aproximadamente 360 km/h. O carro deu duas cambalhotas para trás e, por sorte, caiu com o assoalho no chão. Os ferimentos foram insignificantes, mas o susto foi enorme o suficiente para fazer Mario Andretti pendurar o capacete e se aposentar em definitivo como piloto.
Pioneiro de uma dinastia de pilotos, Mario hoje atua como um consultor eventual na equipe Andretti Global, campeã da IndyCar Series em 2004, 2005, 2007 e 2012, propriedade de seu filho Michael Andretti, que tem entre seus pilotos o seu neto, Marco Andretti. Também é vice-diretor de uma vinícola chamada "Andretti Winery" em Napa Valley, na Califórnia.