Marquês de Marialva
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O título de Marquês de Marialva foi um título nobiliárquico de Portugal criado a 11 de Junho de 1661 por D. Afonso VI, a favor de D. António Luís de Meneses, 3.º Conde de Cantanhede pelo seu papel importante na Guerra da Restauração (1640-1668), nomeadamente a sua grande vitória na Batalha das Linhas de Elvas em 1659.
Marquês de Marialva | |
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Criação | Regente D. Luísa de Gusmão em nome de D. Afonso VI 11 de Junho de 1661 |
Ordem | Grande do Reino |
Tipo | juro e herdade |
1.º Titular | D. António Luís de Meneses, 3.º Conde de Cantanhede |
Linhagem | Meneses, Noronha e Bragança |
Actual Titular | D. Miguel de Bragança, 8.º Duque de Lafões |
Este título de Conde de Cantanhede por sua vez fora criado a 6 de Agosto de 1479 por D. Afonso V, a favor de D. Pedro de Meneses. O título substituiu o de senhor de Cantanhede, e como tal foi absorvido pelo marquesado; foi então usado, tal como era prática corrente, pelo herdeiro do marquesado em vida do pai.
Os Meneses de Cantanhede descendiam da mais alta nobreza da Península Ibérica. O título foi referido por D. António Caetano de Sousa nas Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal no século XVIII;[1] e mais recentemente, Anselmo Braamcamp Freire dedicou à linhagem o Cap. VI do Vol. I dos Brasões da Sala de Sintra, incluindo os ramos de Cantanhede e Marialva; da Ericeira e Louriçal; e de Tarouca e Penalva; e ainda o de Vila Real; e vários ramos menores.[2]
O mais conhecido de todos os titulares será sem dúvida D. Pedro de Alcântara de Meneses, o famoso 4.º Marquês de Marialva, estribeiro-mor de D. José I. Considerado o melhor cavaleiro de Portugal do seu tempo, teve um papel decisivo no aperfeiçoamento da Picaria Real e da arte equestre em Portugal na segunda metade do século XVIII. Na obra magna de cavalaria do século, a portuguesa Luz da Liberal e Nobre Arte da Cavallaria (1790), ele pode ser visto em várias das belas estampas demonstrando exercícios da alta escola. A sua arte equestre, frequentemente apelidada de arte de Marialva em Portugal, tem hoje uma digna sucessora na Escola Portuguesa de Arte Equestre.
Para além deste, o membro mais importante da linhagem foi justamente D. António Luís de Meneses, o 3.º Conde de Cantanhede, um dos principais chefes militares na última década da Guerra da Restauração e comandante supremo, como foi dito, do exército português na Batalha das Linhas de Elvas, e por isso feito primeiro Marquês de Marialva.
A Casa de Marialva possuía o senhorio das vilas de Cantanhede, Marialva, Mondim, Melres, Ermelo, Vilar de Ferreiras, Leomil, Atei, Álvaro, entre outras, e os morgados de Medelo e de São Silvestre[3].
A partir do 4.º Marquês os Marqueses de Marialva passaram a varonia Noronha. Com a morte sem geração de D. Pedro de Meneses, 6.º Marquês de Marialva, foi a Casa de Marialva foi incorporada na Casa de Lafões, com varonia Bragança, devido ao casamento de D. Henriqueta de Lorena e Meneses, irmã do 6.º Marquês, com o 2.º Duque de Lafões.