Neuralgia do trigêmeo
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A nevralgia do trigémeo (português europeu) ou nevralgia do trigêmeo (português brasileiro) é uma perturbação de dor crónica que afeta o nervo trigémeo, o nervo responsável pela sensibilidade do rosto e funções motoras, como o morder e o mastigar.[1] É uma forma de dor neuropática. Existem dois tipos principais: a típica e a atípica.[1] A forma típica causa episódios de dor súbita, intensa, lancinante e semelhante a choques elétricos num dos lados da cara, com duração de segundos a alguns minutos.[1] É comum que ocorram vários episódios ao longo de algumas horas.[1] A forma atípica causa uma dor ardente e constante, mas menos intensa.[1] Os episódios podem ser desencadeados por qualquer toque na cara.[1] A mesma pessoa pode manifestar os dois tipos da doença.[1] É considerada uma das mais dolorosas perturbações de dor em medicina e em muitos casos causa depressão.[6]
Nevralgia do trigémeo | |
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O nervo trigémeo e as suas três principais divisões (a amarelo): o nervo oftálmico (V1), o nervo maxilar (V2) e o nervo mandibular (V3). | |
Sinónimos | Neuralgia do trigé(ê)mio, nevralgia do trigé(ê)mio, tique doloroso,[1] prosopalgia,[2] doença de Fothergill,[3] neuralgia trigémica[4] |
Especialidade | Neurologia |
Sintomas | Típicos: episódios de dor intensa, lancinante e súbita num dos lados da cara com duração de segundos a minutos[1] Atípicos: ardor constante[1] |
Início habitual | > 50 anos de idade[1] |
Tipos | Típica e atípica[1] |
Causas | Acredita-se ser causada por problemas na mielina do nervo trigémeo[1][5] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas[1] |
Condições semelhantes | Nevralgia pós-herpética[1] |
Tratamento | Medicação, cirurgia[1] |
Medicação | Carbamazepina, oxcarbazepina[5] |
Prognóstico | 80% melhoram com tratamento inicial[5] |
Frequência | 1 em 8000 pessoas por ano[1] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | G50.0 |
CID-9 | 350.1 |
CID-11 | 1803581281 |
OMIM | 190400 |
DiseasesDB | 13363 |
MedlinePlus | 000742 |
eMedicine | 794402 |
MeSH | D014277 |
Leia o aviso médico |
Embora se desconheçam as causas exatas, acredita-se que a doença seja o resultado da perda de mielina no nervo trigémeo.[1][5] Entre as causas mais comuns da perda de mielina estão a compressão do nervo por um vaso sanguíneo à saída do tronco cerebral, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral ou trauma.[1] Entre outras possíveis causas menos comuns estão tumores ou uma malformação arteriovenosa.[1] A nevralgia do trigémeo é um tipo de neuropatia.[1] O diagnóstico baseia-se geralmente na descrição dos sintomas, após a exclusão de outras possíveis causas, como nevralgia pós-herpética.[1]
O tratamento consiste em medicação ou cirurgia.[1] O tratamento inicial geralmente consiste na administração dos anticonvulsivos carbamazepina ou oxcarbazepina, sendo eficaz em cerca de 80% [5] [7] a 90% dos casos. Entre outras opções de tratamento estão a lamotrigina, o baclofeno, a gabapentina e a pimozida.[5] A amitriptilina pode ajudar com as dores, mas os opioides geralmente não são eficazes no tratamento da forma típica.[1] Em pessoas que não melhoram ou se tornam resistentes a outras medidas, podem-se tentar vários tipos de cirurgia.[5]
Estima-se que anualmente cerca de 1 em 8000 pessoas desenvolva nevralgia do trigémeo.[1] A doença tem geralmente início em pessoas acima dos 50 anos de idade, embora possa ocorrer em qualquer idade.[1] A condição afeta mais mulheres do que homens.[1] A nevralgia do trigémeo foi pela primeira vez descrita em detalhe pelo médico inglês John Fothergill, em 1773.[8]