O Idiota
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O Idiota (em russo: Идиот, transl. Idiot) é um dos principais romances de Fiódor Dostoiévski. O romance começou a ser escrito no dia 14 de setembro de 1867 em Genebra e foi concluído em 25 de janeiro de 1869 em Florença. Ele foi inicialmente publicado em folhetim, e não em livro, pela revista O mensageiro russo, tendo sua primeira parte sido publicada em março de 1868 e seus últimos capítulos em fevereiro de 1869.[1]
O idiota | |
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Manuscrito do escritor | |
Autor(es) | Fiódor Dostoiévski |
Idioma | língua russa |
País | Rússia |
Lançamento | 1869 |
Edição portuguesa | |
Tradução | Carlos Babo, Alexandre Babo |
Editora | Liv. Latina |
Lançamento | 1943 |
Edição brasileira | |
Editora | José Olympio |
Lançamento | 1960 |
Na época de elaboração do romance, Dostoiévski estava em situação física e emocional muito precária: eram constantes suas crises de epilepsia, suas dívidas estavam altas e ele perdia o pouco que tinha no jogo, além do mais estava sob forte pressão dos editores e, não bastasse isso, nasceu e morreu prematuramente sua filha Sônia.[2]
O personagem principal de O Idiota é o Príncipe Liév Nikoláievitch Míchkin (ou apenas Príncipe Míchkin), uma ilustração moderna do ideal ético cristão. As maiores influências para a criação do Príncipe Míchkin foram os também cristãos idealizados, porém desta vez retratados como cômicos, Dom Quixote de Cervantes, Pickwick de Dickens e Pangloss de Voltaire.[3][nota 1] O Príncipe Míchkin, como ideal cristão, também era a forma como Dostoiévski se contrapunha ao niilismo ocidental europeu, por isso o personagem pode ser visto como estando em direta contraposição ao Raskolnikov de Crime e Castigo, uma das principais retratações do tipo niilista por Dostoiévski.[5] O Idiota é entendido como "o romance mais autobiográfico de Dostoiévski",[6] muito pelo fato do autor e do personagem principal serem epilépticos, mas também por ambos terem dificuldades sociais.[7]
O livro foi muito bem recebido pelos críticos da época. O Idiota é considerado pelo crítico estadunidense Harold Bloom uma obra do Cânone Ocidental, juntamente com Crime e Castigo e Memórias do Subsolo.[8]
“ | E se eu não morrer? Se eu for devolvido à vida? Ah! Que eternidade! | ” |
— Dostoiévski[9] |