Partido Baath
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O Partido Socialista Árabe Baath[1] ou Ba'ath (em árabe: حزب البعث العربي الاشتراكي Ḥizb Al-Ba‘ath Al-‘Arabī Al-Ishtirākī) foi um partido político fundado na Síria por Michel Aflaq, Salah ad-Din al-Bitar e associados de Zaki al-Arsuzi. Defendia o Baathismo (em árabe: البعث Al-Ba'ath) que é uma mistura ideológica de nacionalismo árabe, pan-arabismo, socialismo árabe e anti-imperialismo. O Baathismo pedia unificação do mundo árabe em um único estado. Seu lema, "Unidade, Liberdade, Socialismo", refere-se a unidade árabe, e liberdade do controle e interferências não-árabes.[1]
Partido Baath حزب البعث العربي الاشتراكي | |
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Fundadores | Michel Aflaq Salah ad-Din al-Bitar |
Fundação | 7 de abril de 1947 |
Dissolução | 1966 |
Ideologia | Baathismo Nacionalismo árabe Socialismo árabe Pan-arabismo Secularismo Anti-imperialismo |
Publicação | Al-Ba'ath |
Sucessor | Partido Baath Socialista Árabe (facção iraquiana) Partido Baath Socialista Árabe (facção síria) |
País | Síria Iraque Jordânia Líbano Líbia |
Cores | Preto, vermelho, branco e verde (as cores pan-árabes) |
Slogan | Unidade, Liberdade, Socialismo |
O partido foi fundado pela fusão do Movimento Árabe Baath, liderado por Aflaq e al-Bitar, e o Baath Árabe, liderado por Al-Arsuzi, em 7 de abril de 1947, como o Partido Baath.[1] Seu nome inicial fora Partido Socialista da Ressurreição Árabe (em arabe : حزب البعث العربي الاشتراكي, ḥizb al-baʿṯ al-ʿarabī al-ištirākī).[1] Ramos do partido rapidamente se estabeleceram em outros países árabes, obtendo o poder no Iraque e na Síria.[2] O Partido Baath Árabe fundiu-se com o Partido Socialista Árabe, liderada por Akram al-Hawrani, em 1952, para formar o Partido Socialista Árabe Baath.[1] Michel Aflaq, seu fundador, filósofo e líder espiritual, acreditava no socialismo liberal e assumiu que o socialismo árabe era incompatível com o comunismo.[1] Contrário ao marxismo-leninismo, o Baath não rejeitava a religião e considerava o Islã uma parte integrante da tradição nacional árabe.[1] A organização do partido era elitista e seguia o padrão do partido comunista.[1] Apesar das desconfianças mútuas, o Baath cooperou com os comunistas em uma frente unida na segunda metade dos anos 1950 tanto no Iraque quanto na Síria.[1]
O partido recém-formado foi um sucesso relativo, e tornou-se o segundo maior partido no parlamento sírio na eleição de 1954. Isso, juntamente com a força crescente do Partido Comunista Sírio, levou à criação da República Árabe Unida (RAU), uma união entre o Egito e Síria. A união iria se revelar infrutífera, e um golpe de Estado sírio, em 1961, dissolveu a união.
Após a dissolução da RAU, o Partido Baath foi reconstituído. No entanto, durante a RAU, ativistas militares tinham estabelecido o Comitê Militar para assumir o controle da agremiação das mãos de civis. Enquanto isso, no Iraque, a filial local do Partido Baath tomou o poder por orquestrar e liderar a revolução Ramadã, só a perder o poder alguns meses mais tarde. O Comitê Militar, com o consentimento de Aflaq, tomou o poder na Síria, na revolução de 8 de março de 1963.
A luta pelo poder rapidamente se desenvolveu entre a facção de civis liderada por Aflaq, al-Bitar e Munif al-Razzaz e o Comitê Militar liderado por Salah Jadid e Hafez al-Assad. Como as relações entre as duas facções se tornou pior, o Comitê Militar iniciou um golpe de Estado na Síria em 1966 que derrubou o Comando Nacional liderado por al-Razzaz, Aflaq e os seus apoiantes. O golpe de 1966 dividiu o Partido Baath entre dois grupos diferentes: o Partido dominado pelo Iraque e o outro dominado pela Síria.