República Popular da Polónia
república comunista da Europa central, estabelecida em 1944 (constituição: 1952) e dissolvida após a queda do Bloco de Leste em 1989 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
República Popular da Polónia (português europeu) ou República Popular da Polônia (português brasileiro) (em polonês/polaco: Polska Rzeczpospolita Ludowa, PRL) foi uma república socialista da Europa central, estabelecida em 1944 (constituição: 1952) e dissolvida após a queda do Bloco de Leste em 1989. Foi sucedida pela Terceira República Polonesa, denominação histórica para a Polónia atual. Na época fazia fronteira com a República Democrática Alemã, República Socialista da Checoslováquia e a União Soviética; e participava do Pacto de Varsóvia e do Conselho para Assistência Econômica Mútua (COMECON).
Polska Rzeczpospolita Ludowa República Popular da Polônia | |||||
Estado Satélite da União Soviética, Membro Criador do Pacto de Varsóvia, Membro do COMECON | |||||
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Hino nacional Mazurek Dąbrowskiego "Mazurca de Dąbrowski"
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Continente | Europa | ||||
Capital | Varsóvia | ||||
Língua oficial | Polonês | ||||
Governo | República popular socialista marxista-leninista unipartidária | ||||
Presidente | |||||
• 1944-1952 | Bolesław Bierut | ||||
• 1952-1964 | Aleksander Zawadzki | ||||
• 1964-1968 | Edward Ochab | ||||
• 1968-1970 | Marian Spychalski | ||||
• 1970-1972 | Józef Cyrankiewicz | ||||
• 1972-1985 | Henryk Jabłoński | ||||
• 1985-1989 | Wojciech Jaruzelski | ||||
História | |||||
• 17 de Janeiro de 1947 | Implantação do Regime Comunista | ||||
• 1 de Setembro de 1939 | Segunda Guerra Mundial | ||||
• 9 de Maio de 1945 | Vitória sobre a Alemanha Nazista | ||||
• 31 de Agosto de 1980 | Solidarność | ||||
• 4 de junho de 1989 | Extinção do Regime pela Nova Constituição da Polônia | ||||
• 30 de dezembro de 1989 | Dissolução | ||||
População | |||||
• 1990 est. | 37 988 000 | ||||
Moeda | Złoty | ||||
Membro de: Fundador da ONU, Pacto de Defesa de Varsóvia e Membro do COMECON |
A história da Polônia entre 1945 a 1989 compreende a etapa em que foi estabelecido um Estado socialista no país sob o nome de República Popular da Polônia, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Perto do fim da Segunda Guerra Mundial, as forças do Exército da Alemanha nazista foram expulsas do território polonês, graças ao avanço do Exército Vermelho da União Soviética. A Conferência de Yalta aprovou a formação de um governo provisório de coalizão pró-comunista. Muitos poloneses viram neste acordo uma forma de traição projetada para agradar ao líder soviético Josef Stalin. O novo governo estabelecido em Varsóvia aumentou seu poder e após os dois primeiros anos, o Partido dos Trabalhadores Polacos (veio a tornar-se o Partido Operário Unificado Polaco após a fusão com o Partido Socialista Polonês), sob o comando de Bolesław Bierut, assumiu o controle do país, tornando-se, assim, parte da esfera de influência do novo poder soviético na Europa Oriental após a Segunda Guerra Mundial.
Após a morte de Stalin em 1953 ocorreu na Europa Oriental uma época de degelo que permite o governo de uma facção mais liberal dos comunistas poloneses liderados por Władysław Gomułka. A Polônia desfrutou de um período de relativa estabilidade na década seguinte, mas em meados dos anos 60, começou a aumentar as dificuldades econômicas e políticas. Em dezembro de 1970, o governo anunciou surpreendentemente aumentos fortes nos preços dos alimentos básicos em uma tentativa de evitar o colapso econômico. Tudo isso foi seguido por uma onda de protestos populares contra esses aumentos que levou o governo a introduzir um novo programa econômico que produziu um aumento imediato nos padrões de vida, mas que não durou muito tempo devido ao desenvolvimento da crise do petróleo de 1973. Na década de 1970, o governo de Edward Gierek finalmente foi forçado a aumentar os preços o que levou a uma nova onda de protestos públicos.
Este ciclo foi interrompido em 1978 com a nomeação de Karol Wojtyla como Papa João Paulo II. Esta nomeação inesperada teve um efeito eletrizante sobre a oposição ao comunismo na Polônia. No início de agosto de 1980, uma nova onda de protestos liderados pelo eletricista Lech Wałęsa, entre outros, fundador do sindicato independente Solidariedade (polonês: Solidarność), forçou o governo de Wojciech Jaruzelski a declarar a lei marcial em dezembro de 1981 conduzindo à prisão da maioria dos líderes da oposição. No entanto, a mudança era inevitável. Com as reformas de Mikhail Gorbachev na União Soviética, o aumento da pressão da Igreja Católica e dos sindicatos, juntamente com a enorme dívida externa, o governo comunista foi forçado a negociar com a oposição. Em 1988, a mesa de negociações alterou radicalmente a estrutura do governo polonês e da sociedade. Em abril de 1989, o Solidariedade foi legalizado e autorizado a participar na próxima eleição. Seus candidatos foram vitoriosos. Em 1990, Jarurelski renunciou ao seu mandato. Ele foi sucedido por Lech Wałęsa, em dezembro. Em finais de agosto do ano seguinte, formou-se o governo do Solidariedade, e em dezembro Wałęsa foi eleito presidente transformando a República Popular da Polónia na República da Polônia, um estado democrático e fora de esfera de influência russa.
Desde o seu início, a República Popular da Polónia caracterizou-se por constantes lutas internas pela democracia. Apesar disso, algumas realizações importantes foram estabelecidas durante o período da República Popular da Polónia, tais como melhoria das condições de vida, rápida industrialização, urbanização, acesso a cuidados de saúde universais, e educação gratuita. A República Popular Polaca também implementou políticas que eliminaram os sem-abrigo e estabeleceram uma garantia de emprego. Como resultado, a população polaca quase duplicou entre 1947 e 1989.[1]